quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Uma formação integral para viver em unidade

59. Ao descobrir e viver a própria vocação e missão, os fiéis leigos devem ser formados para aquela unidade, de que está assinalada a sua própria situação de membros da Igreja e de cidadãos da sociedade humana.

Não pode haver na sua existência duas vidas paralelas: por um lado, a vida chamada ‘espiritual’ com os seus valores e exigências; e, por outro, a chamada vida ‘secular’, ou seja, a vida da família, do trabalho, das relações sociais, do engajamento político e da cultura. O ramo, incorporado na videira que é Cristo, dá os seus frutos em todos os ramos da atividade e da existência. Pois, os vários campos da vida laical entram todos no desígnio de Deus, que os quer como o ‘lugar histórico’, em que se revela e se realiza a caridade de Jesus Cristo para a glória do Pai e a serviço dos irmãos. Toda a atividade, toda a situação, todo o empenho concreto como, por exemplo, a competência e a solidariedade no trabalho, o amor e a dedicação na família e na educação dos filhos, o serviço social e político, a proposta da verdade na esfera a cultura são ocasiões providenciais de um "contínuo exercício da fé, da esperança e da caridade".

O Concílio Vaticano II convidou todos os fiéis leigos a viver esta unidade de vida, ao denunciar com energia a gravidade da ruptura entre fé e vida, entre Evangelho e cultura: "O Concílio exorta os cristãos, cidadão de ambas as cidades, a que procurem cumprir fielmente os seus deveres terrenos, guiados pelo espírito do Evangelho. Erram os que, sabendo que não temos aqui na terra uma cidade permanente, mas que vamos em demanda da futura, pensam que podem por isso descuidar os seus deveres terrenos, sem atenderem a que a própria fé ainda os obriga mais a cumpri-Ias, segundo a vocação própria de cada um... O divórcio que se nota em muitos entre a fé que professam e a sua vida quotidiana, deve ser tido entre os mais graves erros do nosso tempo". Por isso, afirmei que uma fé que não se torne cultura é uma fé "não plenamente recebida, não inteiramente pensada, nem fielmente vivida".

Texto extraído da Exortação Apostólica ‘Christifideles Laiei’, do Papa João Paulo II.

Descobrir e viver a própria vocação e missão

58. A formação dos fiéis leigos tem como objetivo fundamental a descoberta cada vez mais clara da própria vocação e a disponibilidade cada vez maior para vivê-Ia no cumprimento da própria missão.

Deus chama-me e envia-me como trabalhador para a Sua vinha; chama-me e envia-me a trabalhar para o advento do Seu Reino na história: esta vocação e missão pessoal define a dignidade e a responsabilidade de cada fiel leigo e constitui o ponto forte de toda a ação formativa, em ordem ao reconhecimento alegre e agradecido de tal dignidade e ao cumprimento fiel generoso de tal responsabilidade.

Com efeito, Deus, na eternidade, pensou em nós e amou-nos como pessoas únicas e irrepetíveis, chamando cada um de nós pelo próprio nome, como o bom Pastor que "chama pelo nome as suas ovelhas" (Jo 10, 3). Mas o plano eterno de Deus só se revela a cada um de nós na evolução histórica da nossa vida e das suas situações e, portanto, só gradualmente: num certo sentido dia a dia.

Ora, para poder descobrir a vontade concreta do Senhor sobre a nossa vida, são sempre indispensáveis a escuta pronta e dócil da Palavra de Deus e da Igreja, a oração filial e constante, a referência a uma sábia e amorosa direção espiritual, a leitura, feita na fé, dos dons e dos talentos recebidos, bem como das diversas situações sociais e históricas em que nos encontramos.

Na vida de cada fiel leigo há, pois, momentos particularmente significativos e decisivos para discernir o chamado de Deus e para aceitar a missão que Ele confia: entre esses momentos estão os da adolescência e da juventude. Ninguém, todavia, esqueça que o Senhor, como o proprietário em relação aos trabalhadores da vinha, chama no sentido de tornar concreta e pontual a Sua santa vontade a todas as horas de vida: por isso, a vigilância, qual cuidadosa atenção à voz de Deus é uma atitude fundamental e permanente do discípulo.

Não se trata, no entanto, apenas de saber o que Deus quer de nós, de cada um de nós, nas várias situações da vida. É preciso fazer o que Deus quer: assim nos recorda a palavra de Maria, a Mãe de Jesus, dirigida aos criados: “Fazei o que Ele vos disser" (Jo 2, 5). E para agir em fidelidade à vontade de Deus, precisa ser capaz e tornar-se cada vez mais capaz. Sem dúvida, com a graça do Senhor, que nunca falta, como diz São Leão Magno: "Dará a força quem confere a dignidade!", mas também com a colaboração livre e responsável de cada um de nós.

Eis a tarefa maravilhosa e empenhativa que espera por todos os fiéis leigos, todos os cristãos, sem exceção alguma: conhecer cada vez mais as riquezas da fé e do Batismo e vivê-Ias em plenitude crescente. O apóstolo Pedro, ao falar de nascimento e de crescimento como sendo as duas etapas da vida cristã, exorta-nos: "Como crianças recém-nascidas, desejai o leite espiritual, para que ele vos faça crescer para a salvação" (1 Pd 2, 2).

Texto extraído da Exortação Apostólica ‘Christifideles Laiei’, do Papa João Paulo II.

Amadurecer continuamente

57. A imagem evangélica da videira e dos ramos mostra-nos outro aspecto fundamental da vida e da missão dos fiéis leigos: a chamada para crescer, amadurecer continuamente, dar cada vez mais fruto.

Como diligente agricultor o Pai cuida de sua vinha. A presença carinhosa de Deus é ardentemente invocada por Israel, que assim reza: "Voltai, Deus dos exércitos olhai do Céu e vede e visitai esta vinha protegei a cepa que a vossa mão direita plantou, o rebento que cultivastes" (SI 80, 15-16). O próprio Jesus fala da obra do Pai: "Eu sou a verdadeira videira e o meu Pai é o agricultor. Todo o ramo que em Mim não der fruto, Ele corta-o e limpa todo aquele que dá fruto, para que dê mais fruto" (Jo 15, 1-2).

A vitalidade dos ramos depende da sua ligação à videira, que é Jesus Cristo: "Quem permanece em Mim e Eu nele, dá muito fruto, porque sem Mim não podeis fazer nada" (Jo 15, 5).

O homem é interpelado na sua liberdade pela chamada que Deus lhe faz para crescer, amadurecer dar fruto. Ele terá que responder, terá que assumir a própria responsabilidade. É a essa responsabilidade tremenda e sublime, que aludem as palavras graves de Jesus: "Se alguém não permanecer em Mim, será lançado fora, como o ramo, e secará; lança-Io-ão ao fogo e arderá" (Jo 15, 6).

Neste diálogo entre Deus que chama e a pessoa interpelada na sua responsabilidade, situa-se a possibilidade, antes, a necessidade de uma formação integral e permanente dos fiéis leigos, a que os Padres sinodais justamente dedicaram grande parte do seu trabalho. Em particular, depois de terem descrito a formação cristã como “um contínuo processo de maturação na fé e de configuração com Cristo, segundo a vontade do Pai sob guia o Espírito Santo", claramente afirmaram que "a formação dos fiéis leigos deverá figurar entre as prioridades da Diocese e ser colocada nos programas de ação pastoral, de modo que todos os esforços da comunidade (sacerdotes, leigos e religiosos) possam convergir para esse fim".

Texto extraído da Exortação Apostólica ‘Christifideles Laiei’, do Papa João Paulo II.

domingo, 22 de novembro de 2009

Ministério de Música na Bíblia

A Sagrada Escritura nos ensina que o ministério de música é algo antigo e que foi instituído na casa de Deus através do Rei Davi. Ela nos mostra também como o ministério deve ser organizado e conduzido e de que forma a música serve de auxílio indispensável aos demais ministérios como cura e libertação, profecia, animação e coordenação. Eis alguns dos eloqüentes exemplos que nela encontramos.
I Sam 16,23 : "E sempre que o espírito mau, permitido por Deus acometia o rei Saul, Davi tomava a harpa e tocava. Saul acalmava-se, sentia-se aliviado e o espírito mau o deixava". Vemos neste texto Saul atormentado por espíritos malignos, e libertado pela música ministrada por Davi com sua harpa. O ministério de música é aqui usado em seu aspecto libertador e curador, o que demonstra o seu grande poder e o auxílio que presta ao ministério de cura e libertação.
II Rs 3,1 4-18 : "Eliseu disse: ‘trazei-me um tocador de harpas.’ Apenas fez o tocador vibrar as cordas, veio a mão do Senhor sobre Eliseu... e ele profetizou dizendo: ‘Ele também vai entregar Moab em suas mãos.’" Nesta passagem nos deparamos com o fato de que Eliseu, embora fosse um grande profeta, ter precisado que o ministro de música viesse com a sua harpa tocar. Isto abriu espaço para o Espírito Santo inundar o profeta e levá-lo a profetizar a vitória do povo de Israel sobre o povo de Moab.
Este fato nos leva a perceber com é fundamental o auxílio do ministério de música ao da profecia. Por isso todas as vezes que nos grupos de oração, assembléias e reuniões comunitárias há música e louvores no Espírito os corações se abrem com maior facilidade para o dom da profecia e o Senhor pode então falar ao grupo e dirigi-lo. O ministério de música está, assim, estreitamente ligado ao ministério de profecia que, além de ser preparada e estimulada pela música, pode também ser expressa em forma de profecia cantada.
I Cor 15,16-22 : "Davi disse aos chefes dos levitas que estabelecessem seus irmãos como cantores com instrumentos de música, cítaras, harpas e címbalos, para que sons vibrantes e alegres se fizessem ouvir. Os levitas constituíram Hemã, filhos de Joes, e dentre seus irmãos, Asaf, filhos de Baraquias... Zacarias, Osiel, Semiramot, Jaiel, Ani, Eliab... os porteiros. Os cantores Hemã, Asaf e Etã, tinham címbalos de bronze... Zacarias, Osiel, Semiramot... tinham cítaras em soprano..."

Ao ler este texto poderíamos perguntar para que tantos nomes e para que tantas especificações. Na verdade, tudo isto é de fundamental importância pois nos ensina que o ministério de música era, para os levitas e para Davi, algo organizado e definido. Este texto mostra que não era algo improvisado, formado na hora da necessidade, com pessoas que se encontrem por perto e cantem bem, como, infelizmente estamos acostumados a ver em muitos dos nossos grupos. O ministério de música deve ser planejado, estruturado, ungido e enviado. Deus quer hoje suscitar em todos os grupos e comunidades pessoas que realmente, como na época de Davi, se dediquem a este ministério; pessoas encarregadas do cântico na casa de Deus.

Fonte: Comunidade Shalom

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Grande servidor

A grandeza de caráter e a atitude de servir

A tendência humana de se sentir importante tem levado muitos a se colocarem num tipo de vitrine para serem vistos como tais. A propaganda de si tem feito não poucos a quererem derrubar os concorrentes até de modo violento. Há quem pense ser grande por divulgar mais suas realizações. A luta pelo poder, não raro, tem provocado intrigas, desrespeito à verdade e prejuízo ao bem comum. Pensa-se o maior como sendo o que mais manda e é superior aos demais.

Jesus nos ensina a grande lição de humildade e serviço. Ele próprio, filho de Deus, não se fixou no pedestal divino e veio até nós na simplicidade de servo e amigo, não tirando vantagem de sua condição superior. Ensinou-nos a ser grandes justamente no fato e na atitude de servirmos com humildade o semelhante: “Quem quiser ser grande, seja vosso servo; e quem quiser ser o primeiro seja o escravo de todos” (Marcos 10, 43-44). Como se enganam os chamadores de atenção para si como os maiorais por terem realizado algo de bom. Seus méritos não estão na divulgação e sim nas ações feitas com amor aos outros e à comunidade. Realizar algo só para aparecer pode ser visto, por quem sabe avaliar, o interesse da propaganda. A pessoa de bem prova seu valor nos atos contínuos de sua vida dedicada à promoção do bem sem interesse pessoal. Por isso, quando se tem espírito de análise, sabe-se distinguir os bons dos meros aproveitadores da condição e do cargo que exercem. A retidão ética e moral se conhecem pelas atitudes comprovadas de bom caráter.

No Evangelho, encontramos dois apóstolos querendo o cargo no Reino de Cristo. Jesus os recrimina e lhes dá a lição do serviço feito com amor à causa desse Reino, e não com mero interesse de sobrepor-se aos demais (Cf. Marcos 10, 35-45). Oxalá, todos aprendêssemos essa lição e, de modo especial, quem assume cargos de liderança na comunidade. De fato, é grande diante dos outros quem mais dá de si para a promoção do bem da pessoa humana e da sociedade. Ditosos os políticos que realmente servem e não se servem do povo! Felizmente, os temos dentre tantos. Isso acontece em muitos meios e organizações; são pessoas de grande altruísmo, amor ao semelhante e verdadeiros serviçais sem interesse.

O profeta Isaías já anunciava o peso a carregar por parte de quem nos vinha resgatar dos erros, tomando sobre si o fardo de nossos pecados para nos regenerar (Cf. Isaías 53, 10-11). De fato, Jesus nos deu condição sobrenatural de vida nova e nos ensinou a colaborar com a ajuda de carregamento do peso das dificuldades do semelhante. Para isso, é preciso atitude de doação de si e de serviço desinteressado aos demais. Quem tem essa postura é grande, mesmo não usufruindo dos aplausos dos outros. A grandeza de caráter e a atitude de servir com amor já gratificam quem as têm. Com o passar do tempo, vê-se o valor dessas pessoas. Conhece-se a árvore pelos frutos.

O exemplo de Cristo, ao mediar nossa salvação eterna com postura de generosidade total e serviço desinteressado, leva-nos a perceber que vale a pena imitá-lo para termos o efeito da salvação por Ele trazida.

Dom José Alberto Moura
Arcebispo de Montes Claros - MG

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Encontro de Música em Araras

A paz de Nosso Senhor Jesus Cristo e o amor de Maria Santíssima esteja contigo!

É com imensa alegria que escrevo a você sobre o nosso encontro que partilhamos em Araras. O Senhor tem sido muito generoso conosco e derramado muitas bênçãos. Logo pela manhã iniciamos com a Santa Missa e ali o Senhor já começou operar nos corações dos servos seus. Quando iniciamos após o café da manhã fizemos alguns questionamentos para provocar um pouco o povo de Deus e assim foi. Muitos não sabiam porque estavam no encontro, mas na consagração a Mãe tudo começou a ser transformado, os louvores e tudo mais. Logo após a pregação fizemos um momento diante do Santíssimo, amados quantas bênçãos, curas, sim curas profundas da alma aconteceu diante do Senhor foi maravilhoso. Os testemunhos de pessoas que se questionavam o porque de estar no encontro... Pessoas que já não se achavam capazes de servir mais... pregadores dentro do nosso ministério de música... amados, o Senhor sempre tem um propósito, basta acreditarmos Nele e nos entregarmos a Ele sem reservas para que Ele opere em sua vida tudo aquilo que seja necessário para o seu crescimento, pois o Evangelho de João 15 vai nos dizer: " Eu sou a videira verdadeira, quem permanecer em mim dará frutos mas é preciso que meu pai pode para que produza mais fruto." Se estamos produzindo frutos não nos entristeçamos se por acaso formos podados, pois somente assim produziremos mais.

Alex Camargo

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Evangelizando através do belo



Cada artista deve ter a consciência de que é instrumento

Um autêntico amor ao Evangelho nunca nos deixa inertes. A Boa Nova é, antes de tudo, “amor em ato”, e como tal não paralisa o homem, mas o move a amar. As palavras do Evangelho sempre nos colocam diante de uma realidade de amor, quer seja quando é Cristo quem ama quer quando Ele nos prova, com Sua vida, que precisamos amar.

A arte é a maneira mais bela que o homem encontra para agir. Ela é – ou deveria ser – fruto de um movimento que, iniciado no amor, torna-se o ápice da expressão e da comunicação humana. Se hoje a arte se desvia do seu fim de levar as pessoas a uma experiência com Deus, é porque está ferida na sua essência, que deveria ser sempre o amor.

Em qualquer uma de suas manifestações: pintura, dança, música, teatro..., a arte é a maior manifestação da beleza que pode nascer no coração de alguém; enquanto o Evangelho é a maior prova de amor que Deus pôde dar aos homens: Cristo no meio de nós! Estes dois “movimentos”: o Evangelho e a arte, põem a humanidade em evidência e nos levam a perceber que tudo ganha um novo sentido quando gerado no amor. O Evangelho já traz em si a plenitude do amor, que é Jesus Cristo, porém, a arte nem sempre tem o amor como impulso inicial.

A verdadeira arte é o Evangelho encarnado de forma bela pelo homem. Primeiro, o artista recebe um dom de Deus, depois precisa amar esse dom e, por fim, usá-lo em prol da evangelização. Muitas vezes, costuma-se inverter essa ordem e, ao usarmos o dom antes de amá-lo, estaremos oferecendo aos homens algo que o mundo e o pecado também podem oferecer: uma arte indiferente, que nega ou esquece o amor. As pessoas precisam de uma arte nova, santa, essencialmente evangélica, que as convença de que não há nada melhor do que “viver de amor”.

Antes de tudo, a arte precisa ser amada, depois exposta. O próprio Papa João Paulo II nos motiva a empenharmos todas as forças em favor do “Belo Amor”, da construção da beleza como reflexo de Deus para o mundo. É preciso, de fato, nos movermos nessa direção amorosa que a Igreja nos aponta. A arte é capaz de movimentar o amor no homem, amor este que é a raiz do Evangelho. Se a arte não for feita por amor a Cristo e à Sua Boa Nova, em vão será todo esforço por ela. A Pessoa de Jesus é a inspiração dessa arte santa para os homens. É por amor a Ele e ao Seu Evangelho que se deve fazer toda manifestação artística.

Quando a inspiração artística provém de um coração cheio de amor ao Evangelho, consegue inflamar muitos outros corações com esse mesmo amor. Deus se mostra a nós de forma bela e, assim, leva-nos a uma verdadeira experiência com Ele.

Cada artista deve ter a consciência de que é um instrumento, porque, na verdade, é Deus o Autor de todo o bem que a arte comunica. O Criador não apaga a participação do artista, apenas a esconde, porque sabe que o mundo não necessita da arte nem do artista, mas do amor que se esconde em ambos.

O artista, ao fazer-se “veículo” de evangelização, encarna o que diz São Paulo: “Com efeito, o anúncio do Evangelho que efetuamos entre vós não ficou em discurso, mas manifestou o poder, a ação do Espírito Santo e uma realização maravilhosa” (I Tessalonicenses 1,5).

Quando, como artistas, estivermos fazendo a nossa arte remeter a humanidade ao Evangelho, estaremos, de fato, abrindo caminhos para que Deus realize grandes prodígios no coração do Seu povo.


Cristiano Pinheiro C. Bedê
Responsável pelo Ministério de Música Missionário Shalom

sábado, 29 de agosto de 2009

Não se deixe vencer pelo cansaço


Provavelmente você já tenha ouvido falar sobre a fábula atribuída a Esopo, lendário autor grego: “A Raposa e as Uvas”. Com pequenas variações, diz a narração que uma raposa vinha faminta pela estrada até que encontrou uma parreira com uvas maduras e apetitosas. Passou horas pulando tentando pegá-las, mas sem sucesso algum... Depois da luta e já cansada pelo esforço frustrado, saiu murmurando, dizendo que não queria mesmo aquelas uvas, porque afinal elas estavam verdes e não deviam ser boas. Quando já estava indo embora, um pouco mais à frente, escutou um barulho como se alguma coisa tivesse caído no chão... Não pensou duas vezes e voltou correndo por pensar que eram as uvas que estivessem caído, pois bem sabia que estavam maduras... Mas ao chegar lá, para sua grande decepção, era apenas uma folha que havia caído da parreira. A raposa virou as costas e foi-se embora resmungando, amargurada, pelo resto da vida.


Isso aconteceu com a raposa da fábula, mas não só com ela. Quantas vezes temos atitudes como esta diante dos nossos fracassos? Aliás, chega a ser uma tendência natural de quem não consegue atingir uma meta: denegri-la para diminuir o peso do insucesso. No entanto, esta postura não resolve o problema, pelo menos para quem deseja viver em paz consigo e com seus semelhantes. Ninguém é feliz, verdadeiramente, se não vive na verdade. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João 8, 32).


É verdade que precisamos aprender cada vez mais a difícil arte de saber perder para mantermos a paz interior, já que constantemente, conscientes ou não, vivemos a dinâmica da conquista e da perda. Se não lidarmos pacificamente com esse processo, correremos o risco de fugirmos da realidade e mentirmos para nós mesmos, quando a saída seria admitirmos nossos limites e buscarmos a superação com humildade e reconciliados com a dinâmica da vida.


A raposa sabia que as uvas estavam maduras e apetitosas e foi injusta consigo ao afirmar que estavam verdes e que não tinha interesse nelas. E nós? Nunca agimos assim? Ao mentirmos para nós mesmos optamos por viver na ilusão, travamos um duelo entre a verdade que está diante dos nossos olhos e a mentira que escolhemos ostentar. Não podemos seguir o exemplo do animal narrado na fábula. É tempo de reconciliação com a verdade que se esconde entre as máscaras, as quais, mesmo sem perceber, muitas vezes, vamos usando para disfarçar a dor das perdas.


A vida nos ensina que nem sempre ganhamos e nem sempre perdemos, mas uma coisa sempre acontece: acrescentamos experiência à nossa existência. Os erros trazem grandes lições e os acertos também, é preciso estar atentos aos detalhes.


Quando tudo parece perdido, calma! Sempre existe uma maneira de “virar o jogo”; por meio da fé, sabemos que Deus é o principal interessado em nos ajudar. Seu maior desejo é nos ver felizes. Recorramos a Ele!


Por mais que as “uvas”, que você deseja hoje, estejam distantes do seu alcance, não se desespere nem se engane dizendo que elas estão “verdes”. Admita a perda e lute pela vitória. O tempo é nosso aliado também nessa matéria.


Quem sabe se a raposa tivesse esperado um pouco não tivesse visto as uvas caírem aos seus pés? Talvez a vida hoje esteja lhe pedindo calma... O imediatismo próprio da nossa época, muitas vezes, nos rouba a sublime arte do saber esperar o tempo certo para cada coisa. Grandes sábios da história ensinam de diversas maneiras essa mesma lição.


Esperar o tempo de Deus, reconciliado com sua verdade, pode ser o caminho seguro para a felicidade que você procura. A cada amanhecer temos uma nova chance de acertar. Recomeçar, entre perdas e ganhos, faz parte da bonita dinâmica da vida.


Coragem! Temos um novo dia, uma nova chance.


Estamos juntos!


Dijanira Silva Missionária da Comunidade Canção Nova, em Fátima, Portugal.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

OLHA O MICROFONE AÍ, GENTE!

Pe. Carlos Gustavo Haas



Fizeram-me a pergunta: “para entoar e sustentar os cantos na liturgia, os cantores devem usar microfone?” A resposta parecia óbvia, mas comecei a observar as equipes de músicos e cantores que animam nossas celebrações, para responder melhor.

Não quero generalizar, mas, em muitos lugares, se está confundindo grupo de animação do canto litúrgico com banda para animação de shows. Sem se dar conta, o grupo adota uma prática que se afasta da verdadeira função do canto litúrgico e prejudica a participação da assembléia.

Trata-se do costume de cada cantor ter um microfone (já vi igrejas com 10 microfones para o grupo de cantos – e não era uma igreja grande, não!). O problema não está no número de microfones, mas no fato de as pessoas permanecerem usando os microfones, enquanto a assembléia também canta. Assim o canto do povo de Deus é completamente abafado.

Este é o verdadeiro problema. Um instrumento técnico, o microfone, deve servir para animar a assembléia e não para abafar, esconder, suprimir as vozes do povo santo que se reúne para cantar as maravilhas do Senhor.

Então não devemos mais usar o microfone? – alguém pergunta. É óbvio que, na maioria de nossas igrejas, precisamos de microfones. Mas o grupo de cantores deve usar este instrumento APENAS para iniciar o canto. Para tanto, não bastaria 1 ou 2 microfones?

Se o grupo dispõe de cantores bem preparados, pode fazer um ou outro canto “a vozes”, precisando então de algum microfone a mais. Isto, porém, não abafaria o canto da assembléia. Depois que o povo começa a cantar, o cantor se afasta do microfone, deixando que apareça claramente a voz da assembléia. O que deve ser ouvido é o canto da assembléia litúrgica, povo sacerdotal, família de Deus, Corpo de Cristo, e não a voz de 1, 2 ou 5 pessoas apenas.

O mesmo vale para os instrumentos musicais, alguns com imensas e potentes caixas de som. Para quê? Se for para animar uma missa ao ar livre, num estádio, tudo bem. Mas JAMAIS numa capela pequena ou média, que não necessita de muita ampliação de som.

Infelizmente, o que muitas vezes se constata é um barulho (ruído) excessivo que perturba e tira a calma e a serenidade indispensáveis para que a assembléia possa ouvir a própria voz e tenha momentos de silêncio que favoreçam a escuta da Palavra e o louvor que brota de nosso coração agradecido. Depois, façam a experiência: como é bonito o som de um violão sem amplificação! O ideal seria mais violões e menos amplificadores.

Nossa reflexão não quer, de forma alguma, desconsiderar a boa vontade, o empenho e a solicitude de tantos e tantos animadores de cantos, músicos e instrumentistas de nossas comunidades. Eles são uma bênção para as nossas comunidades. O que queremos é alertar para certos exageros e apontar para a função específica deste ministério: “garantir a devida execução das partes que lhe são próprias, conforme os vários gêneros de canto, e auxiliar a ativa participação dos fiéis no canto” (Instrução Geral sobre o Missal Romano, n. 103).

Como subsídio de formação, vejam o DVD produzido por Verbo Filmes, Paulus e Rede Celebra, com o apoio da CNBB, intitulado: CANTO E MÚSICA NA LITURGIA.

FONTE: CNBB

Escrito por RODNEI RIVERS

terça-feira, 30 de junho de 2009

Deus, o amor verdadeiro.

Quero expressar meu sentimento de gratidão por todas as maravilhas que o Senhor Deus tem feito na minha vida. Mesmo diante de tantas tempestades que ando enfrentando, existe uma força dentro de mim que faz com que eu avance cada dia mais naquilo que o Senhor escolheu pra mim; Amar, amar e amar. Irmãos, eu digo para vocês que por esse motivo muitas vezes a tempestade quer me tirar do caminho estreito, porque é isso que o inimigo quer que deixemos de amar uns aos outros, como diz a canção: “Amai-vos uns aos outros como eu vos tenho amado.” E logo no início da canção a música nos diz que prova de amor maior não há que doar a vida pelo irmão. Eu pergunto a você, até que ponto você doa sua vida pelo seu irmão? Amados, nós temos nosso limite humano, todos nós temos nossos limites, mas se você hoje se encontra de frente com esse monitor lendo esse blog, é porque alguém te amou um dia para dizer, você é MEU. Amados nós temos e precisamos amar, porque Deus nos amou primeiro. E nos amou de maneira tão intensa que enviou seu filho para nos redimir do pecado. Minha gente vocês percebem, o próprio Cristo quis sair do seu trono, deixar sua coroa para se encarnar pelo seio da virgem Maria e se fazer homem para poder entender, sentir e experimentar as nossas dores. Quando no madeiro Jesus tinha tudo para desviar Seu olhar de nós, pois mesmo morrendo por cada um de nós naquela cruz, muitos ainda zombavam Dele e mesmo assim ele nos amou e disse ao Pai: “Pai perdoar-lhes, pois eles não sabem o que fazem.” Jesus já sentira na pele a fraqueza e a miséria do homem. Irmãos amem, mas não amem somente seu próximo, amem principalmente os seus inimigos, aqueles que se opõem a você. Humanamente é impossível, mas ore porque a força que virá a você e a força que vem do alto, o Espírito Santo de Deus irá lhe conduzir, acredite. O seu ministério já não será mais o mesmo se você o conduzir no amor que vem de Deus, não se esconda de Deus, ame o seu irmão, o ame no amor de Deus não se importe com o que os outros vão falar, pois Jesus para te salvar não se importou com o que iria acontecer consigo próprio. Amados veja exemplo e o amor de Maria pelo Senhor. Nada disso seria possível se não fosse o SIM de Maria, ela sabia que ia sofrer, mas se manteve de pé diante de todas as tempestades e tribulações e a salvação não iria entrar no mundo se Maria tivesse dito o não, porque foi assim que Deus quis. Deus não é mágico, ele é o Alfa e o Ômega, tudo começa e termina Nele. Se você quiser viver na Sua glória um dia, você tem que amar. Se deixe ser conduzido pelo amor de Deus e você verá milagres, prodígios, sinais e mudanças no seu ministério. Ame porque alguém te amou primeiro e esse alguém é Jesus!

“Não desista do amor, não desista de amar. Não se entregue a dor porque ela um dia vai passa.
Se a cruz lhe pesou e quer se entregar. Tal como Cirineu, Cristo vai lhe ajudar.!”

Deus te abençoe e te guarde!

Alex Camargo

sábado, 27 de junho de 2009

Estou escrevendo este artigo para testemunhar o que o Senhor tem feito em nosso meio. Nos dias 20 e 21 de junho realizamos o Querigma na cidade de Limeira na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes onde pudemos ver as graças e bênçãos do Senhor sendo derramadas abundantemente. Amados o próprio Senhor está chamando a cada um de nós a vivermos um tempo novo onde Ele próprio está derramando toda a plenitude do Seu amor a cada um de nós em abundância. Muitos de nós relutamos em dizer o sim para o Senhor e buscamos a felicidade e o amor que o mundo tem nos oferecido. Meus irmãos precisamos sair da mesmisse procurar novos horizontes e a alegria verdadeira que não encontramos no mundo. Tenho andado por algumas cidades e posso dizer que infelizmente a realidade é triste. Amados estamos vivendo um tempo novo como disse, e não podemos deixar o arrefecimento e o esfriamento tomar conta do nosso coração. Não é contra homens de carne que temos de lutar como diz São Paulo, mas sim contra as forças do mal. O maligno está ficando incomodado porque estamos começando a fazer a vontade de Nosso Senhor Jesus Cristo e o inimigo vai tentar fazer de tudo para criar uma divisão novamente em nosso meio. E é justamente isso que não podemos deixar acontecer. Irmãos e irmãs esse encontro foi maravilhoso, muitas curas físicas e da alma aconteceram testemunhos de pessoas que queriam tirar sua própria vida de e outras que tentaram várias vezes estavam lá para testemunhar a libertação que o Senhor fez em suas vidas. O momento mais forte foi a adoração do Santissimo Sacramento onde o Pe. Luiz Rosa quis estar presente para conduzí-lo. Ali o Senhor começou a agir com o Teu poder. Barreiras começaram a ser derrubadas e depois desse momento lindo tivemos um outro momento onde o Senhor se manifestou em nosso meio com muita força.

No domingo começamos o encontro com a Santa Missa prezidida pelo Pe. Luiz Rosa e logo após fomos para o salão para cintinuarmos o encontro. Amados que maravilha o Senhor estava preparando para nós nesse dia, Ele que nos protege pela sombra de Sua mão, abriu totalmente as comportas do céu e derramou sobre cada um dos seus toda a plenitude a graça, o amor, a força e o poder do Teu Espírito Santo sobre cada um de nós. Posso dizer com autoridade que o céu se abriu e toda a graça foi derramada. O Senhor se manifestou em nosso meio e realizou os milagres, prodígios, curas e sinais. O Espírito Santo se manifestou com tanta força que pelo seu amor tocou uma pessoa que soube do Querigma que iria ser realizado aqui e veio de Guarulhos, minha gente que testemunho que essa irmã deu. Nós precisamos apontar nossas "armas" em direção do maligno e não para cada um de nós. Precisamos acolher a cada um que vem nos procurar. Precisamos perseguir e realizar o sonho mais lindo que Deus sonhou a cada um de nós, mesmo se o nosso coração estiver chorando por causa de tanta tribulação. Mas nós que esperamos no Senhor temos a certeza da vitória! Precisamos amar por aqueles que não amam o Senhor, adorar por aqueles que não adoram o Senhor e esperar por aqueles que não esperam no Senhor. Como diz a canção.

Eu sei que é difícil esperar, mas Deus tem um plano para agir e pra curar. Só é preciso confiar. Se a cruz lhe pesa, não é para se entregar, mas pra se aprender a amar por alguém que não desiste.
A dor faz parte do cultivo desta fé, mas só sabe o que se quer quem luta para conseguir ser feliz.
Não desista do amor, não desista de amar, não se entregue a dor, porque ela um dia vai passar.
Se a cruz lhe pesou e quer se entregar, tal como Cirineu, Cristo vai lhe ajudar!
Amado, amada, se a cruz lhe pesa se o fardo está pesando sobre seus ombros, eu digo uma coisa pra você, eu não posso te ajudar, mas eu sei e conheço Aquele que pode te ajudar e o nome Dele é Jesus Cristo. Minha gente não busque a alegria passageira, busque a alegria que não se acaba, busque a alegria, o amor que brota de dentro do seu coração. Cada vez que São Paulo tentava explicar a morte de Jesus na cruz ele dizia, é loucura. Se estamos aqui nesse momento é porque tivemos alguém que quiz sair do Seu trono onde estava a direita do Pai para se encarnar no seio da virgem Maria e se fazer homem para sentir as nossas dores, fraquezas e sofrimentos para nos resgatar da morte certa, porque a humanidade estava enlamada em tanto pecado que nem todo o sangue do cordeiro do mundo todo era suficiente para a expiação dos nossos pecados. Era necessário que o próprio Deus enviasse seu filho único e amado para nos redimir e salvar. Não desista da sua cruz, porque Jesus não desiste de você! Ame, valorize, respeite a cada um dos irmãos que vem nos procurar, porque quanto mais nós morrermos para nós mesmos, mais perto de Deus nós estaremos.

Paz e bem!

Alex Camargo

terça-feira, 16 de junho de 2009

Vida nova em Cristo

Muita vezes nos sentimos pesados, cansados. Tem dias que parece que a derrota é certa. Infelizmente é porque estamos insistindo em fazer aquilo que é da vontade do corpo da carne e não de Deus! Somente é um derrotado aquele que não tem Jesus em seu coração. Porque quem O tem no coração, por mais pesado que seja seu fardo, aspira e busca as coisas do alto. Deus não nos criou como adversários. Ele nos criou para que pudéssemos após nossa passagem pela terra voltarmos um dia com Ele em sua glória. "Quando Cristo, vossa vida, aparecer, então vós aparecereis como Ele na glória" (Cf. Col. 3;4).
Tenho dó daquele que não tem fé. Como pode uma pessoa ter fé se não tem Cristo em seu coração?! Como podermos aspirar uma vida nova em Cristo? Nessa vida, nós temos dois caminhos:
Ou aspiramos, desejamos e buscamos as coisas do alto, ou nós nos rebaixamos às da terra.
Nós precisamos nos despir do homem velho, precisamos rever nossos conceitos, mudar de atitude, principalmente as que entristessem nosso irmão. Precisamos aprender a perdoar, muitas vezes é doloroso. A dor faz parte do cultivo da fé. Mas acima de tudo precisamos nos revestir da caridade se quisermos ter uma vida nova em Cristo! Se nós queremos celebrar a vitória de Deus em nossa vida, só existe uma maneira. Amar.

Precisamos amar a quem não nos ama. Precisamos amar nossos inimigos. Tudo isso é fácil?!!! Não. Humanamente é impossível. Porque o amor não vem da terra, vem do céu, do alto!

"Vou perseguir tudo aquilo que Deus já escolheu pra mim
Vou persistir, e mesmo nas marcas daquela dor
Do que ficou, vou me lembrar
E realizar o sonho mais lindo que Deus sonhou
Em meu lugar estar na espera de um novo que vai chegar
Vou persistir, continuar a esperar e crer
E mesmo quando a visão se turva e o coração só chora
Mas na alma, há certeza da vitória."

Alex Camargo

domingo, 14 de junho de 2009

1º Fórum Min. das Artes - Diocese de Limeira

Nesse domingo aconteceu em Limeira o 1º Fórum do Ministério de Música e Artes da Diocese, na Igreja Santo André Apóstolo, onde pudemos no primeiro momento na parte da manhã realizar um profundo momento de oração e clamarmos o batismo no Espírito Santo. A partir desse momento, para a Honra de Glória de Deus já pudemos experenciar a graça do Senhor se manifestando de uma maneira intensa em nossos corações. Quero agradecer a todos pela presença e principalmente pela união que está sendo gerada em nosso ministério.
Um dos momentos marcantes ainda na parte da manhã, foi a missa celebrada pelo nosso sacerdote Pe. Marcos Ramalho a quem expresso todo o meu carinho. Na segunda parte após a partilha do pão, pudemos discutir sobre alguns encontros, idéias e projetos, tais como: oficinas, workshops, intercâmbio entre dioceses e grupos, formações e direcionamento.

"Amados, não tenho palavras para expressar tamanha alegria que pude experimentar depois de tanto tempo. Estou extasiado! Quero primeiramente agradecer a Deus pelo chamado que e Ele me fez, pelo ministério a mim confiado, pela minha família e por cada um de vocês que se dispuseram a participar desse fórum. Obrigado pelo carinho de todos e pelas orações de cada um de vocês. Amém!"

Alex Camargo
Coord. Ministério de Música e Artes Diocese de Limeira

sexta-feira, 5 de junho de 2009

O Músico Servo.

Mais que músicos devemos ser servos de Deus. E qual a diferença entre os dois? O músico pura e simplesmente pode ser aquele que possui a habilidade musical, sensibilidade e de repente não possui o caráter de Deus, o chamado de Deus, a unção de Deus. Sei que embora estejamos na Igreja muitos de nós temos sido mais músicos do que servos, tocamos, cantamos, fazemos e acontecemos, mais não fazemos a vontade de Deus e sim a nossa própria vontade. Ser servo é fazer a vontade de Deus, e fazemos porque o amamos, porque sentimos o seu amor e por isso fazemos tudo por Ele e automaticamente pelo povo de Deus. Filho amado de Deus te convido a parar um pouco com o seu ativismo, comodismo incredulidade, questionamentos, frieza e voltar ao chamado que Deus lhe fez, seja dócil, obediente e exerça seu ministério com a unção do Espírito Santo de Deus. Toque, cante,dance, componha e que tudo seja para a honra e glória de Deus. Deus nos abençoe e nos guarde.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

A RCC, hoje, é João Batista em sua missão!

Reinflama o carisma, pois o “dia do Senhor” está próximo! É a hora do Espírito! É a hora da Igreja! O Espírito e a Esposa [Igreja] dizem: Vem, Senhor Jesus!Hoje o Senhor está investindo tudo. Ele está investindo Seu Espírito Santo para trazer de volta os Seus filhos. O que estamos presenciando é o que nos diz a profecia de Joel: “Publicai o jejum, convocai a assembleia, reuni os anciãos e toda a população no templo do Senhor, vosso Deus, e clamai ao Senhor: 'Ai, que dia!' O dia do Senhor está próximo. Tocai a trombeta em Sião, daí alarme no meu monte santo! Estremeceram todos os habitantes da terra, eis que se aproxima o dia do Senhor. Por isso, agora ainda – oráculo do Senhor –, voltai a mim de todo o vosso coração, com jejuns, lágrimas e gemidos de luto” (Joel 1,14-15a; 2-1.12). Essa profecia é um grande apelo à conversão! O Senhor sabe que somos assim: ouvimos, nos emocionamos, ficamos até abalados, e depois tudo passa. Mas agora o apelo é urgente! O Senhor quer salvar os Seus filhos, quer trazê-los de volta! “Pois o dia dos Senhor está próximo!” Antes que Ele venha, antes que Ele seja obrigado a separar as águas, antes que venha para separar o joio do trigo, Ele quer trazer os Seus filhos de volta. Por essa razão Ele está derramando Seu Espírito Santo, Ele está fazendo com que os dons do Paráclito se realizem de maneira concreta! Palpável! Visível! Ele nos está levando à coragem apostólica. À ousadia na evangelização, conduzindo-nos ao dom da “parresia”.
João veio e pregou a conversão: "Convertei-vos, porque está próximo o Reino dos Céus" (Mateus 3, 2). Essa foi a profecia de João Batista, que preparouo povo para a primeira vinda de Jesus Cristo. A Renovação Carismática Católica, hoje, é João Batista em sua missão, preparando novamente o povo, trazendo-o de volta para Deus por causa da segunda vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo! Repito: Porque o Senhor está próximo, muito próximo!Eis o que diz a profecia de Joel: "Vossos filhos e vossas filhas profetizarão; vossos anciãos terão sonhos, e vossos jovens terão visões" (Joel 3, 1-2ss).Tudo isso está acontecendo! É um derramamento do Espírito Santo com prodígios, sinais e milagres! É um derramamento com abundância de prodígios: “Vossos filhos e vossas filhas profetizarão; vossos anciãos terão sonhos, e vossos jovens terão visões”. Vem, Senhor Jesus!

Seu irmão,
Monsenhor Jonas Abib

segunda-feira, 4 de maio de 2009

"Artista que não quer sofrer, vai ser um artista infértil"

Padre Fábio de Melo - Programa Direção Espiritual (TV Canção Nova)

Data de publicação: 22/06/2008


O termo limite é muito sugestivo. Ele nos coloca naquilo que a gente pode. Quem ama coloca limites.
Pai costuma ser mal compreendido quando põe limite. E às vezes tem medo dos filhos. Quando o filho compreende que o limite é para sua felicidade, lhe gera alegria.

Cada vez que você se irritar com o ‘sinal fechado’, se lembre que alguém está alegre por encontrar um sinal verde. Precisamos ser criativos. A raiva limita a nossa imaginação. Somos egocêntricos. Somos ligados as nossas necessidades e limites.

O artista é o ser humano que mais condensa defeitos no mundo. Temos limites demais porque temos mil e uma possibilidades. Ele consegue ver o mundo com mais amplitude.

O artista é aquele que consegue retirar o mais simples de todos acontecimentos e revestir de poesia, como ainda não tínhamos possibilidade de fazer. Ele tem o poder de retirar do dia comum, aquilo que a gente não viu. Uma sensibilidade que faz diferença na vida.

Outro dia estava ouvindo Adélia Prado que dizia assim: 'o poeta, o artista é aquele que consegue retirar a vida da mira do tempo'. O poema é uma forma de resgatar aquilo que não morre mais.

Conheça a fragilidade dos grandes artistas.

Você deve conhecer muito compositor católico que mudou a vida de muita gente, mas você olha a vida dele e vê o sofrimento. Mas você não pode negar a obra que Deus faz na sua obra. Onde está o nosso trabalho? Cuidar desse limites que está em nós para que eles não atropelem a arte de Deus que está em nós.
É se colocar na necessidade dos retoques diários. Se tenho mais limites, mais cuidados preciso ter. É o aperfeiçoamento da arte que há em você.

Quanto maior a qualidade da sua arte, maiores os defeitos que lhe acompanharão.
No momento em que escrevemos, quantos rascunhos se faz? Quanto mais rascunhos, melhor a qualidade da arte. Mas a experiência do rascunho, do limite, gera o aprimoramento.

Precisamos de "pontes" que nos dê segurança. Senão ninguém atravessa. O artista tem que se prestar a viver o ofício de ser ponte. Nós estabelecemos a ponte, o vínculo. Padre tem que viver uma sensibilização artística o tempo todo. Nem precisa escrever música ou poesia. É a capacidade de estabelecer simpatia.

Olha para o Calvário. Se esta cena não fosse descrita com olhos de poeta, não gostaríamos do que vimos. Olhe para aqueles que se encantaram com a beleza de Jesus. Descobriram na Palavra de Jesus um jeito de sanar suas fragilidades e limites.

Confiar na providência é você ter consciência do seu limite. Não chove maná na casa de ninguém. Não vai trabalhar não para você ver. A Canção Nova vive da providência, mas venha ver os bastidores. Estão todos dando o sangue naquilo que podem.

Quanto maior o limite de uma pessoa, maior o número de "assessores" que ela precisa. Nossos limites serão mais bem vividos, a partir do momento que tivermos ao nosso lado pessoas que nos amam. Quanto maior a responsabilidade que você tem, mais a necessidade de gente para pensar com a gente!

Meu maior limite é com fotografia. Parece que cada foto arranca minha alma. Quando eu sou colocado numa situação que coloca meu limite para fora, eu não gosto. Porque gosto de dar o meu melhor.

Quando alguém fala um desaforo para gente, esbarra na nossa ferida. Muitas vezes não gostamos de esbarrar em nossos limites, mas precisamos tocá-los.

A morte de Jesus decepcionou os discípulos. Porque eles não haviam entendido. Voltam à antiga vida, porque perderam a "assessoria" que tinham.
Para o artista cristão, o assessor principal é Cristo! Ele que te dá condição de você exercer a arte que você exerce. É a voz Dele que você precisa ouvir, é o exemplo dele que você precisa seguir.

Você experimenta a solidão na sua vida e lamenta a falta de pessoas. Quantas vezes você se perde em você mesmo porque não tem alguém ao seu lado para lhe dizer "faça assim", "vá por esse caminho". E o que você mais precisaria, era alguém que olhasse nos seus olhos e lhe ajudasse a tomar a decisão certa.

Se você tem muito mais limites, suas lutas serão maiores também. Os vícios entram na vida do artista quando ele não sabe lidar com os limites que tem. Uma boa música com certeza foi criada quando o artista não sabia dizer a dor que sentia. Se não nascem nas dores, elas não tocam ninguém. Mas quando você não sabe o que fazer com aquela dor, a melodia vem, a música vem.

Artista que não quer sofrer, vai ser um artista infértil.

Os defeitos que você tem, estão aí para lhe construir! Não faça uma interpretação negativa dos seus limites. Não os negue. Na hora que você precisar, além de clamar pelos amigos, clame ainda mais pelo Senhor de sua arte!

Artista que não reza, jamais será "ponte" para algum lugar. É Jesus quem socorre nossos limites, e dá sentido. Precisamos da "ponte" que Ele nos dá. E aquilo que Ele nos oferece é o que aprendemos a oferecer também.

Transcrição: Nara Bessa

domingo, 12 de abril de 2009

Dicas de Canto

  • Cantar com uma caneta entre os dentes pode melhorar a dicção.
  • Abra a boca para cantar. Isso pode melhorar sua afinação. A última nota de uma frase musical pode finalizar uma canção ou destruir a conclusão dela.
  • Ouça de tudo e retenha o que é bom. Alguém sempre terá algo a ensinar para você.
  • Se quiser ser um ótimo artista, prestigie as artes que não seja do seu mundo particular. Veja obras de pintores, escultores; veja ballet, teatro, leia um livro, seja atento para a natureza, etc.
  • Se você tem problemas com as notas graves, encurte a nota e suavize a voz.
  • Cuidado na hora de escolher a tonalidade da música. Apresentação é uma coisa e ensaio é outra. Na apresentação a nossa adrenalina colabora para que nossa voz soe mais aguda.
  • O nervosismo reflecte em cansaço físico na voz. Nós parecemos ofegantes sem estarmos cansados fisicamente.
  • Demonstre sempre leveza no palco, como se fosse uma pena flutuando. Não deixe a responsabilidade de cantar ser um peso.
  • Não se empolgue cantando ao vivo porque sua afinação pode subir.
    As notas graves necessitam de menos pressão, porém são mais difíceis de afinar, pois devermos ter mais domínio do controle de saída do ar.
  • Os agudos sempre saem melhores numa apresentação do que os graves, pois há uma preocupação maior com as notas agudas. Porém, a preocupação tem que ser igual para todas as notas.
  • Dormir bem é ótimo remédio para a voz. Alguns necessitam de quantidade. Mas, o que importa é a qualidade do sono sem interrupções.
  • Toda pessoa que não estuda, não exercita, pára no tempo e não desenvolve o canto.
  • Deve-se fazer todos os exercícios de canto que existem, mas deve saber aplica-los nas músicas que canta frequentemente.
  • Estude os exercícios em que você tem mais dificuldade do que os que já domina. Descubra sempre coisas novas dentro da mesma música.
  • O trabalho em grupo rende mais porque tem sempre alguém que pode te ajudar e você sempre pode ajudar alguém. Por isso, peça ajuda.
  • Tente colocar e tirar os vibratos na música. Não seja escravo dele. Toda nota que der pode vir a seu favor ou contra. Toda nota é especial: nota de passagem, grave ou aguda. Toda nota é música! Por isso, valorize todas elas de maneiras diferentes.
  • Ter criatividade, controle e equilíbrio é saber dar uma nota aguda ou grave a suavidade e a graciosidade da música.
  • Lembre-se: quem canta, reza duas vezes. "Santo Agostinho"
Alex Camargo

Pentecostes o que é?

Era para os judeus uma festa de grande alegria, pois era a festa das colheitas. Ação de graças pela colheita do trigo. Vinha gente de toda a parte: judeus saudosos que voltavam a Jerusalém, trazendo também pagãos amigos e prosélitos. Eram oferecidas as primícias das colheitas no templo. Era também chamada festa das sete semanas por ser celebrada sete semanas depois da festa da páscoa, no qüinquagésimo dia. Daí o nome Pentecostes, que significa "qüinquagésimo dia". No primeiro pentecostes, depois da morte de Jesus, cinqüenta dias depois da páscoa, o Espírito Santo desceu sobre a comunidade cristã de Jerusalém na forma de línguas de fogo; todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas (At 2,1-4). As primícias da colheita aconteceram naquele dia, pois foram muitos os que se converteram e foram recolhidos para o Reino. Quem é o Espírito Santo?

O prometido por Jesus: "...ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem a realização da promessa do Pai a qual, disse Ele, ouvistes da minha boca: João batizou com água; vós, porém, sereis batizados com o Espírito Santo dentro de poucos dias" (At 1,4-5).
Espírito que procede do Pai e do Filho: "quando vier o Paráclito, que vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade que vem do Pai, ele dará testemunho de mim e vós também dareis testemunho..." (Jo 15 26-27). O Espírito Santo é Deus com o Pai e com o Filho. Sua presença traz consigo o Filho e o Pai. Por Ele somos filhos no Filho e estamos em comunhão com o Pai.

Qual é sua missão:
Introduzir-nos na comunhão do Filho com o Pai, santificando-nos e fazendo-nos filhos com Jesus.


Fortalecer-nos para a missão de testemunhar e anunciar Jesus ao mundo. Para isso recebemos a plenitude de seus dons bem como a capacidade de proclamar a todos a quem somos enviados o Evangelho de Jesus. O Espírito Santo é o AMOR do Pai e do Filho derramado em nossos corações.O amor é fogo que arde, é chama que aquece e é força que aproxima e une. O milagre das línguas é este: tomados pelo amor de Deus os homens passam a viver uma profunda comunhão e entre eles se estabelece a concórdia e a paz destruída pelo orgulho de Babel, raiz da discórdia e da confusão das línguas.

Guiar a Igreja nos caminhos da história para que ela permaneça fiel ao Senhor e encontre sempre de novo os meios de anunciar eficazmente o Evangelho. E isto o Espírito Santo o faz assistindo os pastores, derramando seus carismas sobre todo o Povo e a todos sustentando na missão de testemunhar o Evangelho. É pelo Espírito Santo que Jesus continua presente e atuante na sua Igreja.

Quem O recebe? Todos os que são batizados e crismados.

Quem dele vive? Somente aqueles que procuram guardar a Palavra do Senhor no esforço de conversão, na oração e no empenho em testemunhar e anunciar o Evangelho de Jesus.

Quem crê no Espírito Santo e procura viver Dele, é feliz. Amém.

Dom Eduardo Benes
Bispo diocesano de Lorena/SP

domingo, 29 de março de 2009

Por que cantar na celebração

Santo Agostinho afirmou, certa vez: "Se queres saber o que cremos, vem ouvir o que cantamos.

O mesmo santo nos diz que "Cantar é próprio de quem ama". E ainda: "Cantar é rezar duas vezes"

Estas três afirmações bastariam para fundamentar o porquê do nosso canto na liturgia. Cantamos porque amamos. Cantamos porque cremos. Cantamos porque o Senhor é a nossa Festa. A Liturgia é uma festa. E não há festa sem música. . Daí a importância do canto nas nossas celebrações. Não um canto qualquer, apenas como enfeite ou algo secundário, mas como parte integrante da celebração, por isso é um canto chamado litúrgico, ministerial, que está em função da Palavra e do Mistério celebrado, cujo centro é sempre Jesus Cristo, nossa Páscoa, isto é, sua vida, paixão, morte e ressurreição, à luz do qual vivemos também nossas mortes e ressurreições.

Destacamos, a seguir, algumas razões fortes, fundamentais, citadas em documentos da Igreja, sobre o motivo do nosso cantar, na comunidade celebrante, com a participação de toda a assembléia:

1. O canto é um dos meios mais eficazes e pedagógicos para a formação cristã e litúrgica, pessoal e da assembléia.

2. O canto é caminho para o encontro entre o homem e Deus. Tem força de transformação, porque toca as profundezas da alma, as fibras mais íntimas do nosso ser.

3. Cantar em comum produz união, cria sintonia , solidariedade e comunhão entre os participantes. Enquanto cantam as vozes, unem-se os corações, expressando a mesma fé, solidificando a fraternidade, aprofundando e celebrando o amor.

4. O canto nos ajuda a sair de nós mesmos, para irmos ao encontro do outro, fazendo-nos menos individualistas e mais comunitários. Deixamos o eu, para assumir o nós.

5. O canto é sinal e símbolo da polifonia da vida, onde somos tão diferentes, cada qual com seus dons, sua vocação e missão, mas todos unidos no mesmo coro, numa só voz, onde Deus é o nosso "Canto Firme", que nos sustenta e faz cantar.

6. Por isso é tão importante que toda a comunidade participe do canto e não apenas um pequeno grupo. Diz o documento da Igreja sobre a Música Sacra, que " Nada há de mais festivo e mais grato nas celebrações do que uma assembléia que, por inteiro, expresse sua fé e sua piedade através do canto."

7. A Liturgia sempre foi marcada pelo canto. Basta lembrar os Salmos, no Antigo Testamento. Jesus Cristo cantou os salmos, entoou hinos e aleluias com os apóstolos, sendo Ele mesmo o Cantor do Pai e nossa Música da vida. Também os primeiros cristãos sempre deram razão de sua esperança, através do canto que brota da vida, ora como grito e súplica, ora como louvor e ação de graças, ora como aclamação e aleluia. Deus é a fonte e a razão do nosso canto e do nosso louvor.

8. A música, pela suavidade da melodia, pela harmonia das vozes, pela força do ritmo e dos sons, expressa melhor o Mistério de Deus e as verdades da nossa fé. Uma coisa é falarmos, por exemplo, "Senhor, tende piedade de nós", mas bem outra é cantar uma melodia suplicante, expressando o pedido de perdão, pois no dizer do poeta, enquanto cantamos, pronunciando as palavras, o Espírito Santo semeia luz e graça nos corações.

9. "Poucas coisas são tão próprias para excitar a piedade nas almas e inflamá-las com o fogo do amor divino como o canto" (Santo Agostinho). E Santo Ambrósio, outro cantor e compositor de hinos religiosos, completa bem: "Na verdade, não vejo o que os fiéis podiam fazer de melhor, de mais útil, de mais santo, do que cantar", quando reunidos na igreja para celebrar o Senhor.

10. O importante Estudo da CNBB n.º 79 dá 4 razões fundamentais do nosso cantar na Celebração:

a) Razão teológica - celebrar a ação de Deus em nossa vida, como resposta generosa e confiante ao seu amor por nós.

b) Razão cristológica - celebrar o Mistério Pascal do Senhor Ressuscitado entre nós.

c) Razão pneumatológica - cantar no Espírito, pois não só cantamos para Deus, mas em Deus, no seu Espírito.

d) Razão eclesuiológica - cantar e celebrar em comunidade. A comunidade faz o cantar, e o cantar faz a comunidade. Cantemos, pois, a vida, a fé, o amor! Deus é a razão do nosso cantar, e é Ele mesmo o nosso CANTO!

Irmã Míria T. Kolling

Histórico do Movimento Carismático

A Renovação Carismática Católica (RCC) surgiu na Igreja no momento em que se começava a procurar caminhos para pôr em prática uma renovação eclesial desejada pelo Concílio Vaticano II.
Não se havia passado um ano sequer ao término do Concílio, quando, em outubro de 1966, começou a despontar o movimento religioso chamado agora "Renovação Carismática". Nesta circunstância, a Renovação aparece como um acontecimento pós-conciliar estreitamente vinculado ao próprio Concílio, em uma conjuntura histórica importante para a Igreja Católica.
"Um grupo de pessoas, membros de faculdades da Universidade de Duquesne, Pettisburgh, reuniam-se freqüentemente para momentos de oração fervorosa e para conversar sobre a vitalidade de sua vida de fé. Aqueles professores haviam se dedicado durante muitos anos ao serviço de Jesus Cristo, entregando-se a várias atividades apostólicas. Apesar disso, estavam sentindo que algo faltava em sua vida cristã pessoal. Ainda que não pudessem especificar o porquê, cada um reconhecia que havia certo vazio, falta de dinamismo, debilidade espiritual, em suas orações e atividades. Era como se a vida cristã dependesse demasiado de seus próprios esforços, como se avançassem sob seu próprio poder e motivados por sua própria vontade.
Conscientes de que a força da comunidade cristã primitiva estivera na vinda do Espírito Santo em Pentecostes, começaram a orar para que esse divino Espírito manifestasse neles Sua presença cheia de poder, em favor de sua própria vida espiritual e do trabalho apostólico. Dessa forma, os professores de Pittsburgh (EUA) começaram a pedir em oração que o Espírito Santo lhes concedesse uma renovação e que o vazio que seus esforços humanos haviam deixado fosse plenificado com a vida poderosa do Senhor ressuscitado. Cada dia rezavam uns pelos outros: "Vem, Espírito Santo!". A partir de 1967, houve uma explosão de manifestações de Deus na vida de muitos grupos que insistentemente pediam a renovação no Espírito Santo. Em diversos lugares do mundo se experimentou uma nova efusão do Espírito Santo.
O Presidente do Conselho da RCC afirmou que a história da Igreja mostra que esse fato está ligado a outros acontecimentos que propiciaram o surgimento do movimento carismático. Já em fins do século XIX, o papa Leão XIII escreveu uma Encíclica sobre a Pessoa do Espírito Santo, incomodado que ficou com a insistência de uma freira que lhe escrevia falando da pouca atenção que a Igreja dava ao Espírito Santo. Além de se preocupar em fazer a doutrina do Espírito Santo mais popular, escreveu também uma ladainha para a 3ª Pessoa da SS. Trindade e, no fim do século XIX, esse mesmo papa celebra uma Missa consagrando o século XX à Pessoa do Espírito Santo.
Neste século, o papa João XXIII manifesta sua vontade de que o Concílio Vaticano II fosse guiado pelo Espírito Santo. E, ao convocar o Concílio, o papa reza pedindo um novo Pentecostes para toda a Igreja. O Concílio então dá fundamentação para que mais adiante iniciasse a RCC. Termina em 1965 e, no ano seguinte, aquelas pessoas da Universidade de Duquesne começaram a questionar sua vida espiritual e seu apostolado, pedindo o mesmo que João XXIII.
"A Renovação no Espírito - comenta o Pe. Congar - não é somente uma moda. Seus frutos se percebem de imediato: trata-se de uma forte ação espiritual que transforma vidas. Não somente um "re-avivamento", mas uma verdadeira "renovação", um rejuvenescimento, um frescor, uma atualização de possibilidades novas que surgem da Igreja sempre e sempre nova".
No começo dos anos 70, alguns sacerdotes jesuítas, entre eles Pe. Eduardo Dougherty, S.J., Pe. Haroldo Rahm, S.J. e Pe. Sales, começaram a realizar retiros chamados de Experiência do Espírito Santo, mais tarde Experiências de Oração, que se espalharam por todo o Brasil. Realizavam Grupos de Oração, reuniões de planejamento e, à medida que isso acontecia, a RCC se expandia, surgindo, então, instâncias de coordenação, a princípio em Campinas, depois Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília. Portanto, foi a partir da Casa de Retiros de Campinas que a Renovação teve seu começo.
Simultaneamente outros padres e leigos, em diversos pontos, começaram também a experimentar um novo ardor na evangelização e nos trabalhos apostólicos. A RCC se espalhou no Brasil rapidamente, promovendo uma renovação na vida espiritual de muitos católicos atuantes e na de outros que retornaram renovados à Igreja. A Renovação atingiu os líderes já engajados em movimentos como Cursilhos, Encontros de Casais, Treinamento de Liderança Cristã (TLC) e gradativamente foi se ampliando como uma nova força de evangelização com identidade própria.
A RCC foi se organizando nas Paróquias, nas Dioceses e nos Estados, através das Equipes ou Núcleos de Serviço que se formavam com as pessoas que se comprometiam mais diretamente, tendo todo o seu trabalho orientado por uma Comissão Nacional. Depois de algum tempo, formou-se também o Conselho Nacional que é composto pelos Coordenadores Estaduais.
No início da década de 90, o Conselho Nacional da RCC detectou uma perda de identidade, um esfriamento na missão, uma quebra na unidade da RCC em muitos lugares do Brasil. Então, reunidos rezando e pedindo ao Senhor que mostrasse como solucionar este problema, gerador de uma anemia espiritual nas lideranças da RCC, esmorecimento nos trabalhos pastorais, separações, etc, muitas palavras foram colocadas por Deus como exortação, correção e reavivamento. Após muito discernir os "sinais dos tempos" e as palavras do Senhor (Ag. 1,5-9), surgiu o Projeto de Ação da RCC denominado "Ofensiva Nacional", nascendo as Secretarias para os respectivos serviços da RCC.
Atualmente a RCC está presente, de maneira organizada e realizando um trabalho pastoral, em 268 Dioceses do Brasil, chegando a evangelizar perto de 60.000 Grupos de Oração, com a participação de aproximadamente 8.000.000 pessoas. Ultimamente, Deus tem exortado a RCC à ousadia de avançar para conquistar a terra prometida. É este o empenho que se espera neste momento da RCC diante da necessidade da redescoberta por toda a Igreja do sentido novo da evangelização que é repleto de frutos do alto, à medida que se torna fruto de um Pentecostes pessoal.

Pe. Cleodon

Formação Araras Fevereiro 2009

Paz e bem!

Quero saudar vocês por serem os sobreviventes do Senhor e dizer tb que você´s foram os escolhidos do Senhor para esta missão. Quantos foram convidados e não vieram, mas peço a cada um de você´s que coloquem em suas orações nossos irmãzinhos, para que pela força do Espírito Santo se voltem para o Senhor.
Esta missão, eu não diria difícil, mas trabalhar com os artistas de Deus não é fácil porque cada um tem seu jeito, seu modo de ser. Gostaria nesse momento que você´s deixassem de ser por um instante o artista de Deus para ouvir o que o Senhor tem a nos dizer.
Esqueça um pouco a sua técnica não fique prestando atenção no músico que está tocando e se lance ao encontro do Senhor.
Queria ressaltar tb que a técnica é muito importante sim, mas que se você for um escolhido de Deus e eu creio que todos aqui foram, o Espírito Santo de Deus supri essa possível e talvez deficiência e até o final desse encontro você´s saberão discernir o porque.
Como bem sabemos o ministério das artes (...) é um serviço aos irmãos através dos dons e talentos que Deus nos deu.
A música sempre fez parte dos planos de Deus e podemos ver isso em várias passagens bíblicas onde os filhos do Senhor iam para as batalhas e na maioria das vezes quem estava a frente das batalhas eram justamente os músicos do Senhor tocando as trombetas e fazendo barulho, e venciam é claro, pois o Senhor estava sempre ao lado deles. E depois da batalha ganha eles louvavam e cantavam ao Senhor bendizendo seu nome.
O Senhor nos chama hoje a sermos diferentes, a fazermos coisas diferentes, a não termos medo de ser diferentes, a acreditarmos que tudo nós podemos se formos dóceis a ação do Espírito Santo.
Você já parou para se perguntar porque está no ministério das artes?!
Se você está no ministério das artes porque tem a plena convicção que foi o Senhor que lhe chamou, você permanecerá nele, com ele e enquanto for de sua vontade. (Jo 15, 1-8)
Agora se você está no ministério das artes porque sabe cantar, atuar, dançar ou tocar, você precisa rever seus conceitos meu irmão e mudar de atitude porque o seu ministério corre um sério risco de acabar.
Eu sinto muito dizer palavras um tanto quanto duras mas é uma realidade que nos assola. Quantos e quantos ministérios acham bonito estar a frente no grupo de oração, mas é só vir a primeira tribulação e puf.... tudo se acaba, não suportam a tempestade, porque não tem oração individual e/ou nem coletiva e falta muitas vezes coragem para dizer o sim sincero ao Senhor.
Nós precisamos ser ecos da voz do Senhor, mas para isso é preciso ouví-lo... como está o nosso momento de oração pessoal??

Um texto de Luiz Carvalho que diz assim:

“Precisamos buscar a imitação da humildade e obediência de Jesus, e isso somente é alcançado através de uma vida de oração diária, carismática e fecunda.
Esta vida de intimidade com Deus nos fará descobrir a cada dia o valor do nosso chamado e a seriedade de nossa missão que muitas vezes pedirá de nós renúncias e desprendimento para o bom testemunho de nossa vida nova em cristo Jesus.”

Abramos nossa Bíblie em Juízes 6, 1-7 e 11-14a

Diante dessa palavra o que mais me chama a atenção é a forma de como o anjo do Senhor aparece a Gedeão e o salda: “o Senhor está contigo valente guerreiro.”
Repare como o Senhor se apresenta a Gedeão. Ele não chega detonando o cara. Ele vem com uma palavra de positividade, alegremente. e é assim que o Senhor se apresenta a cada um de nós hoje. (...)
Se nós lermos a palavra, iremos ver que Gedeão era um simples camponês, mas o Senhor ao ouvir o clamor de seu povo escolheu justamente Gedeão para salvar o seu povo.
Para nós, aos nossos olhos Gedeão era a pessoa menos indicada para executar a obra do Senhor. Tanto é verdade que se nós lermos um pouco mais adiante ele começa questionar o Senhor. Ele começa a se justificar ao Senhor; como vou livrar eu Israel? Eu que sou da última tribo de manasses o menor da casa de meu pai, um camponês, um zé mané...
E o que o Senhor diz a ele: “vai com essa força que tens?”... E assim acontece tb com a gente quando somos convidados a fazer alguma coisa que foge do nosso poder. Pô cara você acredita ou não acredita no poder de Deus na sua vida?! O Senhor proclama uma palavra na sua vida e você insiste em enaltecer os seus defeitos, suas imperfeições, é óbvio que o Senhor sabe de tudo isso.
Mas ele tb conhece o seu coração e justamente por conhecer o seu coração é ele, o Senhor, que pode dizer se você é ou não é capaz de executar a sua obra. É ele que sabe fazer a melhor escolha.
Foi o Senhor quem nos deu o dom das artes. nós somos batizados no Espírito Santo. O Senhor confia em nós e nós temos que acreditar que somos capazes de realizar a sua obra. Porque nós temos o Espírito Santo de Deus que habita em nós.
É por isso que ele chama a cada um de nós de valente guerreiro. ainda que tenhamos alguma deficiência em cantar, dançar, tocar, atuar. O Senhor é quem nos capacita. Nós precisamos acreditar nessa força que vem do alto.
Nós precisamos fazer a diferença. mesmo que estejamos em 1,2, 3 sei lá quantos, mas precisamos sair da mesmisse. nós precisamos fazer algo diferente. o nosso lugar primordial é no g.o. é lá que vamos exercitar os dons e carismas que Deus nos deu. Mas tem muitos g.o. que se quer tem um ministério de música.
Esse g.o. está com muita dificuldade, como os servos que estão a frente vão levar a palavra de Deus no coração das pessoas?!!!
De repente você recebe um convite para ministrar a música num g.o. aí você diz ao coordenador do grupo: olha, o seu grupo é meio longe e eu preciso ver com o restante do ministério pra te dar uma resposta. pode ser???
Eu te pergunto: você não pode ir com o que tem? o que o Senhor vem nos dizer hoje?!!!!

“Vai com essa força que tens.”

A palavra de Deus é muito clara. Todos nós temos algo em comum que é evangelizar. Mas se procurarmos em nós mesmos uma força para sairmos evangelizando eu digo a você´s meus irmãos que não encontraremos essa força. Se você seguir um pouco mais adiante a leitura lá no versículo 34 você vai ver que o espírito do Senhor vai se apoderar, vai tomar conta de gedão. Deixando claro e óbvio que é somente pela força do Espírito Santo paráclito que habita em nós é que realizaremos a vontade do Senhor.
O Senhor através da comissão nacional pedir algo novo para nós. O que você faz pelo seu g.o. “ Ah! Eu faço o possível e o que posso pelo meu g.o.”
Não!!! O possível as outras pessoas, as pastorais, sem menosprezar, mas até os corais da igreja já estão fazendo.
O Senhor nos chama hoje a sermos diferentes, a fazermos coisas diferentes, a não termos medo de ser diferentes, a acreditarmos que tudo nós podemos se formos dóceis a ação do Espírito Santo.
Nós precisamos é fazer o impossível aos olhos humanos. Nós temos o Espírito Santo de Deus que haje em nós. Não podemos ter medo de ser diferentes, foi assim que tudo começou, a renovação carismática católica era um movimento diferente, fazia barulho, fazia algo impossível aos olhos humanos, arrastava multidões e é justamente voltar as origens o que o Senhor vem nos pedir hoje.
Se o seu irmão te deixou só no ministério ou de repente você está se vendo numa situação difícil, é justamente nessa ora que você tem que clamar o auxílio do Espírito Santo.

Precisamos ser entusiastas do Senhor, levar a alegria do Senhor as pessoas. Para que possa despertar nas pessoas a vontade de conhecer esse Deus alegre , que nos dá força e coragem para nossa caminhada meus irmãos.
Como você veio aqui hoje?
Deus te ama, ele não olha os seus defeitos e sim suas qualidades. Foi assim que o Senhor escolheu a Gedeão o Senhor olhou o coração dele, assim como o seu coração tb meu irmão, minha irmã. nós somos os escolhidos por Deus, somos a frente de batalha, devemos e temos a obrigação de tornar o nosso g.o. mais alegre, cativante, empolgante, carismático. Mesmo que estejamos em poucos, mesmos que você esteja só, mesmo que o seu ministério ou você não esteja bem. mesmo que você estaja passando por um momento de tribulação. Clame o Espírito Santo paráclito em nosso auxílio.

Alex Camargo

Soberba: a cultura do ego


'Quem pensa ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo'
A soberba é o pior de todos os pecados capitais. É o que levou os anjos maus a se rebelarem contra Deus e Adão e Eva à desobediência e ao pecado original. Alguém disse que o orgulho é tão enraizado em nós, por causa do pecado original, que “só morre meia hora depois do dono”. Por outro lado, por ser o oposto da soberba, a humildade é a grande virtude, a que mais caracterizou o próprio Jesus: “Manso e humilde de coração” (cf. Mt 11,29) e também marcou a vida da Virgem Maria: “A serva do Senhor” (cf. Lc 1, 38), assim como a de São José e de todos os santos da Igreja.
São Vicente de Paulo ensinava seus filhos que o demônio não pode nada contra uma alma humilde, uma vez que sendo ele soberbo, não sabe se defender contra a humildade. Por isso, com essa arma ele [maligno] foi vencido por Nosso Senhor Jesus Cristo, pela Santíssima Virgem Maria, pelo glorioso São José, São Miguel e os demais santos.
A soberba consiste na pessoa sentir-se como se fosse a “fonte” dos seus próprios bens materiais e espirituais. Acha-se cheia de si mesma e se esquece de que tudo vem de Deus e é dom do alto, como disse São Tiago: “Toda dádiva boa e todo dom perfeito vêm de cima: descem do Pai das luzes” (Tg 1,17).
O soberbo se esquece de que é uma simples criatura, que saiu do nada pelo amor e chamado de Deus, e que, portanto, d'Ele depende em tudo. Como disse Santa Catarina de Sena, ele “rouba a glória de Deus”, pois quer para si as homenagens e os aplausos que pertencem só ao Senhor. São Paulo lembra aos coríntios que: “Nossa capacidade vem de Deus” (II Cor 3,5). Aos romanos ele afirma: “Não façam de si próprios uma opinião maior do que convém, mas um conceito razoavelmente modesto” (Rm 12,3). E “Não vos deixeis levar pelo gosto das grandezas; afeiçoai-vos com as coisas modestas. Não sejais sábios aos vossos próprios olhos” (Rm 12,16). Aos gálatas, o Apóstolo dos gentios declara: “Quem pensa ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo” (Gl 6, 3).
A soberba tem muitos filhos: o orgulho, a vaidade, a vanglória, a arrogância, a prepotência, a presunção, a autosuficiência, o amor-próprio, o exibicionismo, o egocentrismo, a egolatria, etc. Podemos dizer que ela é a “cultura do ego”. Você já reparou quantas vezes por dia dizemos a palavra “eu”? “Eu vou”, “Eu acho, “Eu penso que…”, “Mas eu prefiro…”, etc.. A luta do cristão é para que essa “força” puxe-o para Deus e não para o ego. Jesus, nosso Modelo, disse: “Não busco a minha glória” (Jo 8,50). São Paulo insistia no mesmo ponto: “É porventura, o favor dos homens que eu procuro, ou o de Deus? Por acaso tenho interesse em agradar os homens? Se quisesse ainda agradar aos homens, não seria servo de Deus” (Gl 1,10).
A soberba é o oposto da humildade; essa palavra vem de “húmus”, aquilo que se acha na terra, pó. O humilde é aquele que reconhece o seu “nada”, embora seja a mais bela obra de Deus sobre a terra, a glória d'Ele, como afirma santo Irineu no século II. São Leão Magno, Papa e doutor da Igreja, no século V, disse que: “Toda a vitória do Salvador, dominando o demônio e o mundo, foi iniciada na humildade e consumada na humildade!”.
Adão e Eva, sendo criaturas, quiseram “ser como deuses” (cf. Gen 3,5); Jesus, sendo Deus, fez-se criatura. Da manjedoura à cruz do Calvário, toda a vida de Cristo foi vivida na humildade e na humilhação. Por isso, Ele afirmou que no Reino de Deus os últimos serão os primeiros e quem se exaltar será humilhado. Façamos como Santa Teresinha que procurava o último lugar…
Oração Diante das Tentações
Mãe querida, acolhe-me em teu regaço, cobre-me com teu manto protetor e, com esse doce carinho que tens por teus filhos afasta de mim as ciladas do inimigo, e intercede intensamente para impedir que suas astúcias me façam cair. A ti me confio e em tua intercessão espero. Amém.
Padre Luizinho
http://blog.cancaonova.com/padreluizinho/

A OBEDIÊNCIA E O MINISTÉRIO DE MÚSICA

“Sendo Ele de condição divina, não prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo. E sendo reconhecido exteriormente como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz”. (Filip 2, 6-8)

Frei Raniero Catalamessa foi particularmente feliz e inspirado quando em seu livro sobre “Obediência”, diz que a “obediência cristã não está fundamentada em uma idéia, mas em um ato de obediência”.
Quando o assunto é obediência, logo ligamos nosso “sistema automático de defesa, desculpas e justificativas”, pois sabemos que esse é um dos nossos mais constantes e difíceis pecados que temos.
Na origem de toda obediência está uma, a de Cristo. Na origem de toda desobediência está a de Adão. O mal consistiu em desobedecer a Deus, e o bem em obedecer. Se levarmos em conta a nossa dificuldade em nos submetermos aos outros como algo totalmente pessoal e quase exclusivo, estaremos em muito dificultando nossa libertação desse mal. Precisamos compreender que a desobediência tem raízes profundas que remontam do pecado original, que vem como herança de nossos primeiros pais, adão e Eva. Porém essa consciência não deve nos levar à acomodação porque se é verdadeiro afirmar que Adão pecou na desobediência ao Senhor, muito maior é a verdade que Jesus Cristo, o novo Adão, no qual fomos regenerados e recriados na justiça, este foi completamente obediente e submisso à vontade do Pai.
Se a obediência de Adão gerou em nós uma inclinação ao Pecado da desobediência, a obediência perfeitíssima de Cristo Jesus capacitou-nos à sua imitação e convida-nos a superarmos nossa inclinação ao mal e abraçarmos a vivência do bem.
Jesus é o novo Adão, que foi fiel lá onde o primeiro sucumbiu à tentação. Se somos em Cristo novas criaturas, precisamos acreditar que o caminho que Ele trilhou é o mesmo que devemos trilhar, pois não somos mais que seguidores seus. Acredito que o primeiro passo para abraçarmos a obediência é desejarmos de todo coração nos assemelharmos a Jesus. O desejo de santidade certamente nos faz renunciar a direitos e por amor submeter nossa vontade à autoridade de outros. A obediência nasce de uma verdadeira conversão. Em toda história do povo de Deus tivemos homens eleitos que vão à frente, conduzindo para a vontade do Senhor. Nos nossos ministérios não pode ser diferente. Precisamos ter pessoas que sejam imparciais, atentas e dispostas a ouvir e cumprir a vontade divina.
A maioria dos problemas que temos visto no ministério de música, em relação à autoridade e submissão, decorre de uma falta de formação sobre o verdadeiro sentido da autoridade e também da virtude da obediência. Porém na grande maioria dos casos vemos pessoas que não estão dispostas a ceder, renunciar seus direitos ou comodidades por causa do bem comum e da igreja. Isso é totalmente inverso ao exemplo que Cristo nos deixou. “A obediência de Cristo, no cotidiano da vida escondida, inaugura já a obra de restabelecimento daquilo que a obediência de Adão havia destruído”.
Assim como lutamos contra vícios e pecados da língua, do orgulho, da impureza, precisamos lutar contra vícios do pecado da desobediência. Quando obedecemos, fazemos um bem às autoridades, à igreja e um grande bem a nós mesmos pois estamos nos assemelhando mais e mais a nosso Senhor Jesus Cristo. Obediência e humildade andam juntas, da mesma forma que orgulho e desobediência andam de mãos dadas. A escolha da desobediência e do mal é um abuso de liberdade à escravidão do pecado.
Através da oração diária, o Espírito Santo pode fazer esta obra de restabelecimento do desejo e da inclinação a uma vivência da obediência cristã. Mas veja, essa é uma obra do Espírito, se não for assim, perderemos a liberdade. Se obedecermos por medo de castigo, estamos escravizados. Se obedecemos para obtermos elogios das autoridades, já recebemos nossa recompensa. Porém, se obedecemos por amor a Jesus e à sua igreja, Ele mesmo nos dará a recompensa. Antes de ser um dever, a obediência é uma graça, liberta-nos de nós mesmos, faz-nos semelhantes Àquele que amamos e a quem servimos.

“Como os peixes nascidos na água não podem sobreviver senão na água, assim os cristãos nascidos pela obediência não podem viver espiritualmente senão pela obediência”.

Luiz Carvalho (Comunidade Recado)

Documentos Referente a Carta aos Artistas

(1) Dialogus de ludo globi, liv. II: Philosophisch-Theologische Schriften, III (Viena 1967), p. 332.
(2) As virtudes morais, particularmente a prudência, dão ao sujeito a possibilidade de agir de harmonia com o critério do bem e do mal moral: segundo recta ratio agibilium (o justo critério dos comportamentos). A arte, diversamente, é definida pela filosofia como recta ratio factibilium (o justo critério das realizações).
(3) Promethidion, Bogumil, vv. 185-186: Pisma wybrane, II (Varsóvia 1968), p. 216.
(4) A versão grega dos Setenta exprime claramente este aspecto, ao traduzir o termo hebraico t(o-)b (bom) por kalón (belo).
(5) Filebo, 65 A.
(6) JOÃO PAULO II, Carta enc. Fides et ratio (14 de Setembro de 1998), 80: AAS 91 (1999), 67.
(7) Este princípio pedagógico foi enunciado pela pena autorizada de S. Gregório Magno, numa carta, do ano 599, escrita ao Bispo Sereno de Marselha: « A pintura é usada nas igrejas, para que as pessoas analfabetas possam ler, pelo menos nas paredes, aquilo que não são capazes de ler nos livros » (Epistulæ, IX, 209: CCL 140A, 1714).
(8) Lodi di Dio Altissimo, vv. 7 e 10: Fonti francescane, n. 261 (Pádua 1982), p. 177.
(9) Legenda maior, IX, 1: Fonti francescane, n. 1162 (Pádua 1982), p. 911.
(10) Enkomia na celebração do Orthrós do Grande Sábado Santo.
(11) Homilia I, 2: PG 34, 451.
(12) « At nobis ars una fides et musica Christus » (Carmen 20, 31: CCL 203, 144).
(13) Cf. JOÃO PAULO II, Carta ap. Duodecimum sæculum (4 de Dezembro de 1987), 8-9: AAS 80 (1988), 247-249.
(14) A perspectiva invertida e outros escritos (Roma 1984), p. 63.
(15) Paradiso XXV, 1-2.
(16) Cf. JOÃO PAULO II, Homilia da Missa celebrada na conclusão dos restauros dos frescos de Miguel Ângelo na Capela Sistina (8 de Abril de 1994): L'Osservatore Romano (ed. port. de 16 de Abril de 1994), p. 7.
(17) Cf. AAS 56 (1964), 438-444.
(18) N. 62.
(19) Mensagem do Concílio aos artistas (8 de Dezembro de 1965): AAS 58 (1966), 13.
(20) Cf. n. 122.
(21) CONC. ECUM. VAT. II, Const. past. sobre a Igreja no mundo contemporâneo Gaudium et spes, 62.
(22) A teologia no século XII (Milão 1992), p. 9.
(23) CONC. ECUM. VAT. II, Const. past. sobre a Igreja no mundo contemporâneo Gaudium et spes, 22.
(24) Hino de Vésperas, na Solenidade de Pentecostes.
(25) F. DOSTOEVSKIJ, O Idiota, parte III, cap. V (Milão 1998), p. 645.
(26) « Sero te amavi! Pulchritudo tam antiqua e tam nova, sero te amavi! » (Confessiones 10, 27: CCL 27, 251).
(27) Paradiso XXXI, 134-135.
(28) Ode à juventude, v. 69: Wybór poezji, I (Wroclaw 1986), p. 63.

A « Beleza » que salva

Já no limiar do terceiro milénio, desejo a todos vós, artistas caríssimos, que sejais abençoados, com particular intensidade, por essas inspirações criativas. A beleza, que transmitireis às gerações futuras, seja tal que avive nelas o assombro. Diante da sacralidade da vida e do ser humano, diante das maravilhas do universo, o assombro é a única atitude condigna.
De tal assombro poderá brotar aquele entusiasmo de que fala Norwid na poesia, a que me referi ao início. Os homens de hoje e de amanhã têm necessidade deste entusiasmo, para enfrentar e vencer os desafios cruciais que se prefiguram no horizonte. Com tal entusiasmo, a humanidade poderá, depois de cada extravio, levantar-se de novo e retomar o seu caminho. Precisamente neste sentido foi dito, com profunda intuição, que « a beleza salvará o mundo ».(25)
A beleza é chave do mistério e apelo ao transcendente. É convite a saborear a vida e a sonhar o futuro. Por isso, a beleza das coisas criadas não pode saciar, e suscita aquela arcana saudade de Deus que um enamorado do belo, como S. Agostinho, soube interpretar com expressões incomparáveis: « Tarde Vos amei, ó Beleza tão antiga e tão nova, tarde Vos amei! ».(26)
Que as vossas múltiplas sendas, artistas do mundo, possam conduzir todas àquele Oceano infinito de beleza, onde o assombro se converte em admiração, inebriamento, alegria inexprimível.
Sirva-vos de guia e inspiração o mistério de Cristo ressuscitado, em cuja contemplação se alegra a Igreja nestes dias.
Acompanhe-vos a Virgem Santa, a « toda bela », cuja efígie inumeráveis artistas delinearam e o grande Dante contempla nos esplendores do Paraíso como « beleza, que alegria era dos olhos de todos os outros santos ».(27)
« Eleva-se do caos o mundo do espírito »! A partir destas palavras, que Adam Mickiewicz escrevera numa hora de grande aflição para a pátria polaca,(28) formulo um voto para vós: que a vossa arte contribua para a consolidação duma beleza autêntica que, como revérbero do Espírito de Deus, transfigure a matéria, abrindo os ânimos ao sentido do eterno!

Com os meus votos mais cordiais!

Papa João Paulo II

Espírito Criador e inspiração artística

Na Igreja, ressoa muitas vezes esta invocação ao Espírito Santo: Veni, Creator Spiritus..., « Vinde, Espírito Criador, as nossas mentes visitai, enchei da vossa graça os corações que criastes ».(24)
Ao Espírito Santo, « o Sopro » (ruah), acena já o livro do Génesis: « A terra era informe e vazia. As trevas cobriam o abismo, e o Espírito de Deus movia-Se sobre a superfície das águas » (1,2). Existe grande afinidade lexical entre « sopro — expiração » e « inspiração ». O Espírito é o misterioso artista do universo. Na perspectiva do terceiro milénio, faço votos de que todos os artistas possam receber em abundância o dom daquelas inspirações criativas donde tem início toda a autêntica obra de arte.
Queridos artistas, como bem sabeis, são muitos os estímulos, interiores e exteriores, que podem inspirar o vosso talento. Toda a autêntica inspiração, porém, encerra em si qualquer frémito daquele « sopro » com que o Espírito Criador permeava, já desde o início, a obra da criação. Presidindo às misteriosas leis que governam o universo, o sopro divino do Espírito Criador vem ao encontro do génio do homem e estimula a sua capacidade criativa. Abençoa-o com uma espécie de iluminação interior, que junta a indicação do bem à do belo, e acorda nele as energias da mente e do coração, tornando-o apto para conceber a ideia e dar-lhe forma na obra de arte. Fala-se então justamente, embora de forma analógica, de « momentos de graça », porque o ser humano tem a possibilidade de fazer uma certa experiência do Absoluto que o transcende.

Papa João Paulo II

Apelo aos artistas

Com esta Carta dirijo-me a vós, artistas do mundo inteiro, para vos confirmar a minha estima e contribuir para o restabelecimento duma cooperação mais profícua entre a arte e a Igreja. Convido-vos a descobrir a profundeza da dimensão espiritual e religiosa que sempre caracterizou a arte nas suas formas expressivas mais nobres. Nesta perspectiva, faço-vos um apelo a vós, artistas da palavra escrita e oral, do teatro e da música, das artes plásticas e das mais modernas tecnologias de comunicação. Este apelo dirijo-o de modo especial a vós, artistas cristãos: a cada um queria recordar que a aliança que sempre vigorou entre Evangelho e arte, independentemente das exigências funcionais, implica o convite a penetrar, pela intuição criativa, no mistério de Deus encarnado e contemporaneamente no mistério do homem.
Cada ser humano é, de certo modo, um desconhecido para si mesmo. Jesus Cristo não Se limita a manifestar Deus, mas « revela o homem a si mesmo ».(23) Em Cristo, Deus reconciliou consigo o mundo. Todos os crentes são chamados a dar testemunho disto; mas compete a vós, homens e mulheres que dedicastes a vossa vida à arte, afirmar com a riqueza da vossa genialidade que, em Cristo, o mundo está redimido: está redimido o homem, está redimido o corpo humano, está redimida a criação inteira, da qual S. Paulo escreveu que « aguarda ansiosa a revelação dos filhos de Deus » (Rm 8,19). Aguarda a revelação dos filhos de Deus, também através da arte e na arte. Esta é a vossa tarefa. Em contacto com as obras de arte, a humanidade de todos os tempos — também a de hoje — espera ser iluminada acerca do próprio caminho e destino.
Papa João Paulo II

A arte precisa da Igreja?

Portanto, a Igreja tem necessidade da arte. Pode-se dizer também que a arte precisa da Igreja? A pergunta pode parecer provocatória. Mas, se for compreendida no seu recto sentido, obedece a uma motivação legítima e profunda. Na realidade, o artista vive sempre à procura do sentido mais íntimo das coisas; toda a sua preocupação é conseguir exprimir o mundo do inefável. Como não ver então a grande fonte de inspiração que pode ser, para ele, esta espécie de pátria da alma que é a religião? Não é porventura no âmbito religioso que se colocam as questões pessoais mais importantes e se procuram as respostas existenciais definitivas?
De facto, o tema religioso é dos mais tratados pelos artistas de cada época. A Igreja tem feito sempre apelo às suas capacidades criativas, para interpretar a mensagem evangélica e a sua aplicação à vida concreta da comunidade cristã. Esta colaboração tem sido fonte de mútuo enriquecimento espiritual. Em última instância, dela tirou vantagem a compreensão do homem, da sua imagem autêntica, da sua verdade. Sobressaiu também o laço peculiar que existe entre a arte e a revelação cristã. Isto não quer dizer que o génio humano não tenha encontrado estímulos também noutros contextos religiosos; basta recordar a arte antiga, sobretudo grega e romana, e a arte ainda florescente das vetustas civilizações do Oriente. A verdade é que o cristianismo, em virtude do dogma central da encarnação do Verbo de Deus, oferece ao artista um horizonte particularmente rico de motivos de inspiração. Que grande empobrecimento seria para a arte o abandono desse manancial inexaurível que é o Evangelho!

Papa João Paulo II