domingo, 7 de outubro de 2012

Congresso Estadual do Ministério de Música e Artes


Se aproxima o grande momento para os artistas da Renovação Carismática Católica do estado de São Paulo!!
O nosso Congresso Estadual de Música e Artes será nos dias 21 e 22 de outubro, na cidade de Barueri, no Espaço Elena Guerra, Sede diocesana da RCC OSASCO.

Irmãos, esse é o grande momento para nos prostrarmos aos pés de Jesus
para adorá-Lo, ouví-Lo e aprender ainda mais Dele!

No evento estarão pregando,  Rogerio Soares (Pres. Conselho Estadual
da RCCSP), Juninho Cassimiro (Coord. Est. Musica e Artes) e Taciano
Nascimento (Coord. Nacional Musica e Artes).

Maria, que constantemente roga a Deus em nosso favor, continua nos dizendo: "Fazei Tudo o que Ele vos disser"
Jesus quer você!
Dê a Ele a sua resposta de amor!!

Faça agora mesmo a sua inscrição!
Mais informações no site do Congresso

A glória e a exaltação de Cristo é a cruz


Dos Sermões de Santo André de Creta, bispo
(Oratio 10 in Exaltatione sanctae crucis: PG97,1018-1019) (Séc.VIII)
Celebramos a festa da cruz; por ela as trevas são repelidas e volta a luz. Celebramos afesta da cruz e junto com o Crucificado somos levados para o alto para que,abandonando a terra com o pecado, obtenhamos os céus. A posse da cruz é tão grande e de tão imenso valor que seu possuidor possui um tesouro. Chamo com razão tesouro aquilo que há de mais belo entre todos os bens pelo conteúdo e pela fama. Nele, por ele e para ele reside toda a nossa salvação, e é restituída ao seu estado original.
Se não houvesse a cruz, Cristo não seria crucificado. Se não houvesse a cruz, a vida não seria pregada ao lenho com cravos. Se a vida não tivesse sido cravada, não brotariam do lado as fontes da imortalidade, o sangue e a água, que lavam o mundo. Não teria sido rasgado o documento do pecado, não teríamos sido declarados livres, não teríamos provado da árvore da vida, não se teria aberto o paraíso. Se não houvesse a cruz,a morte não teria sido vencida e não teria sido derrotado o inferno.

É, portanto, grande e preciosa a cruz. Grande sim,porque por ela grandes bens setornaram realidade; e tanto maiores quanto, pelos milagres e sofrimentos de Cristo, mais excelentes quinhões serão distribuídos. Preciosa também porque a cruz é paixão e vitória de Deus: paixão, pela morte voluntária nesta mesma paixão; e vitória porque o diabo é ferido e com ele a morte é vencida. Assim, arrebentadas as prisões dos infernos, a cruz também se tornou a comum salvação de todo o mundo.
É chamada ainda de glória de Cristo, e dita a exaltação de Cristo. Vemo-la como ocálice desejável e o termo dos sofrimentos que Cristo suportou por nós. Que a cruz seja a glória de Cristo, escuta-o a dizer: Agora, o Filho do homem é glorificado e nele Deus é glorificado e logo o glorificará(Jo 13,31-32). E de novo: Glorifica-me tu, Pai, com a glória que tinha junto de ti antes que o mundo existisse(Jo 17,5). E repete: Pai,glorifica teu nome. Desceu então do céu uma voz: Glorifiquei-o e tornarei a glorificar (Jo 12,28), indicando aquela glória que então alcançou na cruz.
Que ainda a cruz seja a exaltação de Cristo, escuta o que ele próprio diz: Quando eu for exaltado, atrairei então todos a mim(cf. Jo 12,32). Bem vês que a cruz é a glória e a exaltação de Cristo.

sábado, 15 de setembro de 2012

Congresso Estadual de Música e Artes

VENHA PARTICIPAR CONOSCO DESSE EVENTO DE PENTECOSTES.
ACESSE E FAÇA SUA INSCRIÇÃO!

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

O sinal da Santa Cruz


Por Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém do Pará
Assessor Eclesiástico da RCCBRASIL
A Igreja oferece, através de sua liturgia, a melodia da palavra e da oração, para ritmar os passos da vida humana. Como na música, o tempo forte da dança da vida é dado pelo Domingo, o Dia do Senhor, no qual se fazem presentes de forma excepcional os grandes mistérios do Cristo, em sua Morte e Ressurreição. Os mistérios como a Encarnação do Verbo de Deus e seu nascimento em Belém, a vida em Nazaré, no maravilhoso recôndito da família, a pregação do Evangelho, o chamado dos discípulos, os milagres, a entrada na vida cotidiana das pessoas, a prática do seguimento de Jesus na experiência dos santos, tudo isso é apresentado durante o ano, para que as leis da oração e da fé iluminem os passos dos cristãos e contribuam para chamar outras pessoas à mais digna aventura humana, acolher Jesus Cristo, nele acreditar e fazer-se discípulo.
Neste final de semana, a delicadeza da Providência nos põe diante dos olhos a festa da Exaltação da Santa Cruz, a festa de Nossa Senhora das Dores e o diálogo de Jesus com seus discípulos, quando da profissão de fé feita por Simão Pedro (Mc 8,27-35). É tempo privilegiado para discípulos de ontem e de hoje se decidirem.
A Cruz, terrível instrumento de suplício, quando o Corpo Santo do Senhor a tocou, tornou-se sinal de salvação, causa de glória e honra para todos os seres humanos. Olhar na fé para o Senhor, que foi elevado da terra, é estrada de graça e de vida (Cf. Nm 21,4-9; Jo 3,13-17). O apóstolo São Paulo, que não conhece outra coisa senão Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado (Cf. I Cor 2,2), identificou-se tal modo com este mistério que pôde dizer: “Com Cristo, eu fui pregado na cruz. Eu vivo, mas não eu: é Cristo que vive em mim. Minhavida atual na carne, eu a vivo na fé, crendo no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gl 2,19-20). Para ele, a escolha foi feita e caíram todos os laços com o passado: “Quanto a mim, que eu me glorie somente da cruz do nosso Senhor, Jesus Cristo. Por ele, o mundo está crucificado para mim, como eu estou crucificado para o mundo” (Gl 6,14). Por isso a Igreja canta com alegria e não esmagada pelo peso da Cruz: “Quanto a nós devemos gloriar-nos na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é nossa salvação, nossa vida, nossa esperança de ressurreição, e pelo qual fomos salvos e libertos”. Ao iniciar a Páscoa, na Quinta-feira Santa, proclama sua convicção, retomando a proclamação da glória da Cruz: “Esta é a noite da ceia pascal, a ceia em que nosso Cordeiro se imolou. Esta é a noite da ceia do amor.
A ceia em que Jesus por nós se entregou. Esta é a ceia da nova aliança.
A aliança confirmada no sangue do Senhor”. A Cruz de Jesus é estandarte de vida, a ser alçado em todos os lugares, como sinal da presença dos homens e mulheres de fé. A vida resplandece onde o Cristo morto e depois ressuscitado, “Victor quia victima - Vencedor porque vítima” (Santo Agostinho, em Confissões X, 43) se faz presente!
Aos pés da Cruz de Jesus, estava sua Mãe Maria, mulher altiva na sua fé (Cf. Jo 19,25-27), fiel até o fim, para dizer seu segundo sim, Desolada e depois Glorificada. Anos antes havia recebido o anúncio da espada de dor a transpassar seu coração, pela palavra de Simeão (Lc 2 34-35). A Igreja celebra a sua “festa”, pois vê em seu mistério profundo de dor e de entrega o chamado que se dirige a todos os homens e mulheres. Com ela são chamados a permanecer de pé, firmes, diante de todo o mistério do sofrimento existente na vida.
Os discípulos de Jesus, Pedro à frente, percorreram muitas e exigentes etapas em sua formação (Cf. Mc 8,27-35) para chegarem a vislumbrar o mistério de Cristo. Pareceu-lhes sempre difícil entender que havia uma lógica diferente, quando esperavam um messias vitorioso, capaz de destruir todas as forças inimigas do bem. E a trilogia deste final de semana se conclui com a provocação, oferecida pela Igreja, a que mais uma vez as pessoas de nosso tempo se decidam a percorrer uma estrada diferente. “A lógica de qualquer projeto humano de conquista do poder é: luta-vitória-domínio. A lógica de Jesus ao invés é: luta-derrota-domínio! Também Jesus lutou, e como lutou, contra o mal no mundo. Com efeito, o título de Jesus Cristo ressuscitado – “Senhor” – é um título de vitória e de domínio, de modo que até chega a criar uma incompatibilidade com o reconhecimento de outro senhor terreno; mas se trata de um domínio não baseado na vitória, mas na cruz” (Cf. Raniero Cantalamessa, “O Verbo se faz Carne”, no prelo, Editora Ave-Maria).
Concretizar esta escolha é apenas (!!!) decidir-se a sair de si, para amar e servir, buscando o que constrói o bem de todos, vencendo primeiro a si mesmo. Magnífica aventura! Vale a pena experimentar!

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Eu Creio em Ti!


Podem até tentar tirar a cruz dos locais públicos, como estão fazendo, porém de nossas vidas ninguém poderá tirá-La. Ninguém poderá nos impedir de usar o Crucifixo em nossas casas, ou trazê-Lo em nosso peito. Entretanto, usá-Lo exige mais do que coragem de expor um objeto de devoção, exige que testemunhemos nossa fé de forma autêntica. Quem carrega a Cruz de Jesus deve se esforçar para viver como Ele.
Por Lúcia Volcan Zolin
Coordenadora Nacional do Ministério e Comissão de Comunicação
Grupo de Oração Divina Misericórdia
“Creio em Ti, Jesus de Nazaré, pois tu és o sentido (logos) do mundo e da minha vida” (Bento XVI).[1]
Para o cristianismo, não basta acreditar, ter fundamentos espirituais, crer em alguma coisa. A qualidade mais profunda da fé cristã é o seu caráter pessoal. Os cristãos creem em Alguém, e essa fé á sentido ao mundo e à própria existência daquele que crê.
e é por isso que a sua fórmula central não diz ‘creio em algo’, e sim, “Creio em Ti”. Ela é o encontro com o homem Jesus, e nesse encontrar-se ela experimenta o sentido do mundo como pessoa. Na vida de Jesus a partir do Pai, na imediação e na densidade de seu relacionamento com ele na oração e até na visão, é Jesus a testemunha de Deus; por intermédio dele, o intocável tornou-se tocável e o distante tornou-se próximo. (...)Ele é a presença do próprio eterno neste mundo.[2]  
Na face de Jesus de Nazaré, Deus é descoberto. No entanto, para a fé cristã não é suficiente que creiamos em Jesus Cristo, que cultivemos esse sentimento como algo bom, agradável, e o guardemos para nós mesmos. O cristianismo tem uma exigência explícita: É preciso professar publicamente essa fé.
Fato esse que está na essência da existência da Igreja, como incumbência dada pelo próprio Jesus. A trajetória do cristianismo vem sendo marcada por episódios que comprovam isso. Talvez o exemplo mais contundente seja o dos mártires. No decorrer de nossa história de fé, muitos foram os que preferiram perder a vida a negar Jesus Cristo. O sangue deles fez a Igreja crescer. Tornou-se célebre e conhecida até nossos dias a afirmação de Tertuliano: “o sangue dos mártires é semente de novos cristãos”. Eles estavam conscientes de que não podiam renegar o Senhor.
Podemos dizer que a Igreja se expandiu graças aos homens e às mulheres da primeira hora do cristianismo que, impelidos pelo Espírito Santo, estavam determinados a apresentar ao mundo as razões de sua esperança (cf. I Pd 3,15).
E é disso que estamos falando quando nos referirmos à evangelização. Aquilo que cremos passa a ser partilhado, contado aos demais, porque uma vez vivida a experiência do encontro com o Senhor é preciso anunciar. A nós cristãos não é permitido calarmo-nos a respeito do que vimos e ouvimos (cf. At 4,20).
O mundo tem necessidade da mensagem da qual os cristãos são portadores. O mundo precisa ser evangelizado, precisa de pessoas que tenham a coragem de professar a própria fé. E, de acordo com a Palavra, isso não é opcional; é uma exigência: ai daqueles que se negam a anunciar o Evangelho (cf. I cor 9,16). Ai daqueles que se envergonham de dar testemunho público de Jesus. A esse respeito o próprio Senhor nos alertou: “Aquele, porém que me renegar diante dos homens também eu o renegarei diante do meu Pai que está nos céus” (Mt 10,33 ).
Entretanto, só as palavras não são suficientes. A nós são exigidas atitudes concretas, porque também não basta dizer-se cristão; é preciso viver como tal. Dar testemunho de uma fé autêntica: “é morta a fé sem obras” (Tg 2,26).
Numa época marcada pelas incertezas e esgotamento de modelos, de mentalidade teleprogramada, relativista, hedonista e fragmentada, onde tudo é efêmero e pronto para o consumo rápido e em que o individualismo egoísta passa a ser visto como uma virtude, faz-se urgente que os cristãos reapresentem ao mundo qual é a verdadeira proposta de Jesus. É preciso que os cristãos reajam:
Também aqui devemos redescobrir a coragem do não-conformismo diante das tendências do mundo opulento. Em vez de seguir o espírito da época, devemos ser nós a marcar, de novo, esse espírito com austeridade evangélica. Perdemos o sentido que o cristão não pode viver como vive um outro qualquer.[3]
O mundo tem sede e fome da mensagem cristã em sua integralidade. Tem fome e sede de Jesus, Aquele que é o único capaz de dar sentido à vida e revelar a face verdadeira de Deus.   Quem o conhece, pode atestar isso, e talvez seja devido a essa certeza que seja tão triste presenciar situações em que Ele seja rejeitado.
EU CREIO EM TI!
E como temos presenciado, em nossos dias, Jesus ser rejeitado! Vemos isso quando seus ensinamentos são ignorados, até mesmo por cristãos. Que recriam um estilo de semi-baseado na Palavra. Adaptado de forma que seja conveniente.
Ele tem sido rejeitado quando Sua vida, morte e ressurreição ou são negadas ou tratadas com total indiferença.
E O vemos sendo rejeitado toda vez que sua própria imagem é renegada. Ao redor do mundo, são muitos os países - mediante a apresentação de argumentos totalmente questionáveis, como bem nos apresenta na edição 75 Felippe Nery nas páginas 14 e 15 o símbolo máximo do cristianismo está sendo retirado de espaços públicos.
A esse respeito, questiona Bento XVI:
Antes de mais nada há que se colocar a seguinte questão, por que é que deve proibi-lo? Se a cruz contivesse uma mensagem que fosse inconcebível e inaceitável para outros, então essa seria uma medida a se considerar. Mas a cruz representa que o próprio Deus é sofredor, que Ele nos ama através da sua dor. Esta é uma afirmação que não ataca ninguém. Isto por um lado. Por outro lado também existe naturalmente uma identidade natural na qual se baseiam nossos países. Uma identidade que forma os nossos países de forma positiva e a partir de dentro, e que forma os princípios positivos e as estruturas básicas da sociedade, por meio dos quais o egoísmo é rejeitado, possibilitando uma cultura de humanidade. Eu diria que essa autoexpressão cultural de uma sociedade que vive de forma positiva não pode ser criticada por ninguém que não partilhe dessa convicção, e também não pode ser banida.[4]
É injusto, sabemos. Mas se, por erro de interpretação ou pela dureza de corações fechados à verdade, estão renegando a Cruz, não podemos ficar indiferentes.
Se o crucifixo não tem espaço nas paredes de tribunais, hospitais, escolas, pode continuar presente nesses locais por meio dos cristãos (que trabalham nesses lugares, por exemplo). Quem poderá impedir-nos de usá-Lo?
Vamos levar o símbolo da nossa fé aonde formos! Ninguém é obrigado, obviamente, a fazer isso, mas que bonito seria se todos fizéssemos.
Aquele crucifixo que temos guardado na gaveta, ou que usamos somente em retiros, poderia ser usado em nosso dia a dia. Não como um acessório de beleza (muitas pessoas o usam desta forma, sem que isso signifique a profissão de uma fé).
Quem sabe o crucifixo volte a ocupar um lugar central em nossas salas? Em nossos quartos? Aqueles que são proprietários de estabelecimentos comerciais também podem resgatar o uso desse objeto que simboliza nossa fé. E se usarmos adesivos em nossos carros com a Cruz? Bem, essas são algumas possibilidades, certamente existem muitas outras.
CAMPANHA
Em resumo, a ideia é simples: podem até tirar (por ignorância ou por maldade) a Cruz de uma série de espaços, mas não poderão tirá-La de nossas vidas, assim como não puderam impedir a manifestação da fé de tantos homens e mulheres que marcaram a história da Igreja, mesmo sob ameaça de morte.
Interessante é que, ao portarmos esse símbolo tão sagrado, somos constantemente chamados a ser testemunhas. Ele nos mostra, a cada instante, que devemos viver de acordo com a fé que professamos.   Afinal, ao trazer em nosso peito a Cruz, estamos expressando quem somos; e ao identificarmo-nos como cristãos, somos impelidos a viver dignamente esta condição. Com tal profissão explícita nos sentimos motivados, até mesmo constrangidos (no sentido de nos vigiarmos melhor) a agir como convém a um cristão.
Que o Santo Espírito nos permita sempre acreditar para que, crendo, professemos com palavras e atos a fé cristã, de modo que o mundo veja e acredite e para que tenhamos a graça de chegarmos a um nível de santidade que nos permita afirmar: “Com Cristo, eu fui pregado na Cruz. Eu vivo, mas não eu, é Cristo que vive em mim. Esta minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé, crendo no Filho de Deus, que me amou e por mim se entregou” (Gálatas 2, 19b-20).

Fonte: RCCBrasil

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

A família gera a vida

Seg, 13 de Agosto de 2012 13:38 | PDF | | Imprimir |

A Igreja no Brasil aproveita o mês de Agosto para dar enfoque às vocações. Além das vocações sacerdotais e religiosas, outro dos chamados que é refletido é o da família cristã, berço e célula básica da sociedade. Uma família que viva os preceitos do Evangelho e seja, no mundo atual, testemunho do amor de Deus.
A coordenação nacional do Ministério para as Famílias propõe uma série de reflexões para este mês. Baseadas no tema do Encontro Mundial das Famílias deste ano, “A família: o trabalho e a festa”, esses temas semanais poderão a ajudar na oração em família ou no próprio Grupo de Oração.
2ª semana: A família gera a vida
Gn 1,27; 2,23-25
As primeiras páginas da Bíblia nos explicam o bem que Deus deseja para as suas criaturas. Deus criou o homem e a mulher iguais em dignidade, no entanto diferentes: um é homem e o outro é mulher. A semelhança unida à diferença sexual permite aos dois entrarem em diálogo criativo, estabelecendo uma aliança de vida.
Na narração do início do livro, Adão descobre-se homem precisamente no momento em que reconhece a mulher: o encontro com a mulher faz-se entender e mencionar o seu ser homem. O reconhecimento recíproco do homem e da mulher derrota o mal da solidão e revela a bondade da aliança conjugal. É o pressuposto para que cada um possa desenvolver a sua própria humanidade na relação e na interação com o outro.
No relacionamento homem-mulher, ambos se apoiam, compartilham e comunicam a vida, excluindo qualquer forma de inferioridade ou de superioridade. A igual dignidade entre o homem e a mulher não admite qualquer hierarquia e, ao mesmo tempo, não exclui a diferença. A diferença permite ao homem e a mulher unir-se em aliança, e a aliança os fortalece.
Criada da costela do homem, a mulher é “carne da sua carne e osso dos seus ossos. Por este motivo, a mulher participa da debilidade – a carne do homem, mas também da sua estrutura principal – o osso”.
Criando a mulher, Deus tira do homem a dor da solidão que o faz sofrer. E, assim, estabelece uma aliança conjugal, em que o homem e a mulher se concedem reciprocamente, gerando a vida, e possibilitando ainda, uma aliança genitorial como co-criadores, em que como pai e mãe transmitem, educam e acompanham os filhos.
A família natural nasce do casal: homem e mulher, na sua própria diferença sexual, a linguagem do Deus da aliança. Nela, a linguagem do corpo tem um grande relevo, narra algo acerca do próprio Deus. A aliança que um homem e uma mulher, na sua diferença e complementariedade, são chamados a viver revela a imagem e semelhança do Deus Trino aliado do seu povo.
Airton e Marli Silva
Coordenadores Nacionais do Ministério para as Famílias

Surgiu um grande sinal no céu

Qua, 15 de Agosto de 2012 13:08 | PDF | | Imprimir |

Por Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém/PA
Assessor Eclesiástico da RCCBRASIL
Deus fala sempre e é necessário apurar os ouvidos diante de suas palavras. Muitas vezes o silêncio é a sua voz (Cf. Is 30,15; Sl 64,2), outras muitas vezes manifesta-se através de pessoas por ele enviadas, cujos gestos e respostas aos apelos do Senhor são altamente eloquentes. Grita bem forte diante da história o sinal que é a Igreja, esposa de Cristo, cuidada com amor por aquele que se entregou para fazê-la santa e imaculada. Sinal de Deus é o fato de ser esta mesma Igreja constituída por homens e mulheres marcados pela fragilidade comum a toda a natureza humana, mas tocados pela graça de Deus, que os conduz progressivamente à estatura de Cristo (Cf. Ef 4,13-16). O mistério de Cristo, luz do Mundo, há de resplandecer na face da Igreja.
Tudo o que se diz da Igreja em geral pode ser aplicado em particular àquela que foi escolhida e preparada pelo Pai do Céu para ser Mãe de seu Filho amado, a Virgem Maria, Imaculada, Assunta ao Céu, sinal de Deus para o mundo. Por outro lado, tudo o que se diz de Maria pode ser aplicado à Igreja no seu conjunto, como graça e vocação (Cf. Ap 11,19; 12,1-10). Ao celebrarmos com a Igreja a Festa da Assunção de Nossa Senhora, deparamo-nos com uma torrente de ensinamentos a serem colhidos com sabedoria, ainda que não sejamos capazes de absorver toda a riqueza dos mistérios de Deus, realizados em santa cumplicidade com a humanidade, nos quais nos envolvemos, com Maria e do modo de Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe.
O fato de Deus ter preservado da corrupção a Virgem Maria, elevando-a em corpo e alma, “assumindo-a” na “Assunção”, traz consigo a lição do grande valor dado por Deus a tudo o que é humano. Não nos é lícito desprezar o corpo humano, as realidades terrestres destinadas a contribuírem à realização das pessoas, a beleza da natureza, o relacionamento entre as pessoas. Tudo tem um destino de felicidade e de eternidade, tanto que buscamos um novo Céu e uma nova Terra, onde Deus será tudo em todos! É inclusive condição para a realização humana nesta terra o olhar otimista dos cristãos em relação a toda a criação. Cabe-lhes passar pelas estradas do mundo plantando e colhendo o bem, recuperando a realidade e o sonho oferecidos por Deus no Livro do Gênesis, pois ele nos quer felizes no Paraíso. Nossa vida na terra é ao mesmo tempo saudade e esperança do Paraíso. Em Cristo, Salvador e Redentor, tudo é recapitulado, ganha um novo e definitivo sentido.
Olhar para o grande sinal aparecido do no Céu e dar-lhe um nome – Maria! – traz ainda a grande certeza de termos uma Mãe no Céu, criatura como todos nós, mas escolhida, preservada do mal e elevada à comunhão plena com a Trindade. Um privilégio e uma graça, que a tornou missionária! Ela chegou na frente para mostrar-nos a estrada. Bendita entre todas as mulheres (Lc 1,39-45) para nos mostrar o caminho da benção. Ela é Nossa Senhora da Esperança, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora do Presente e do Futuro! Junto de Deus está a nossa humanidade. Estabeleceu-se um laço definitivo, pelo que nos podemos renunciar a olhar para o Céu e caminhar para lá.
Olhando para aquela que foi assunta ao Céu, parece-me encontrá-la realizada aqui na terra em muitas outras pessoas que trazem os traços de Maria. Dentre tantas, no mês dedicado às diversas vocações na Igreja, volto meu olhar para os homens e as mulheres que descobriram um chamado semelhante ao de Maria, tornando-se sinais da plenitude do Reino de Deus, na vida religiosa. Quando muitos põem toda a esperança nos bens da terra, a vida religiosa proclama a plenitude de Deus, com a bem-aventurança da pobreza, transformada em voto, entrega total de vida, e diz a todos que Deus eleva os humildes, despede os ricos de mãos vazias e sacia de bens os famintos. Com a virgindade e a castidade vividas e testemunhadas, os religiosos e as religiosas reconhecem que Deus olhou para a pequenez de seus servos e servas, e o proclamam senhor de todos os seus afetos, dispostos a construir a fraternidade, não constituindo para si uma família própria, mas suscitando a ternura da família dos filhos de Deus. Ao mundo que luta pelo poder e o domínio de uns sobre os outros, a vida religiosa proclama, com o desafiador voto de obediência – “Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” – que Deus derruba do trono os poderosos. Nos religiosos e nas religiosas o Senhor Jesus quer continuar a se fazer servo, obediente até à morte, e morte de Cruz (Cf. Fl 2,1-11). São pessoas que podem ser parecidas com Nossa Senhora, são homens e mulheres “apressados”, desejosos de viver, desde já, os valores da eternidade. Sintam-se reconhecidos e valorizados pela sociedade, pela Igreja e por todas as pessoas que têm sede de Deus e muitos jovens experimentem o chamado a seguir Jesus de perto nesta forma de entrega à Igreja e ao Reino de Deus.
Com Nossa Senhora, com a Igreja e com as pessoas consagradas na Castidade, na Pobreza e na Obediência, pedimos ao Pai, Deus e eterno e todo-poderoso, aquele que elevou à glória do Céu, em corpo e alma a Virgem Maria, que nos faça viver atentos às coisas do alto, a fim de participarmos da sua glória.

Fonte: ZENIT

domingo, 12 de agosto de 2012

Quando Deus é a única resposta convincente...

Leah Libresco, blogueira americana atéia, anunciou em seu conhecido site a conversão ao catolicismo


É uma história maravilhosa de conversão nos nossos dias, aquela de Leah Libresco, a popular blogueira americana atéia responsável do “Patheos Atheist Portal”.

No passado 18 de Junho uma postagem desta jovem filósofa, formada em Yale e colaboradora do Huffington Post, definitivamente chocou muitos seguidores – especialmente ateus – do seu blog, chegando rapidamente a todas as partes do mundo.

"Esta é a minha última postagem" anunciava dramaticamente o título do artigo, onde a blogueira declarava ter finalmente encontrado a resposta para aquela sua "moral interna" que até agora o ateísmo não conseguia satisfazer: o cristianismo. A resposta que durante anos Leah refutava e rejeitava com "explicações que buscam colocar a moralidade no mundo natural."



"Durante anos eu tentei argumentar a origem da lei moral universal que reconhecia presente em mim” explicou a blogueira; uma moralidade "objetiva como a matemática e as leis da física”. Nesta busca contínua de respostas, Leah se refugiou, por exemplo, na filosofia ou na psicologia evolutiva.

"Eu não pensava que a resposta estivesse ali” admite, mas ao mesmo tempo “não podia mais esconder que o cristianismo demonstrava melhor do que qualquer outra filosofia aquilo que reconhecia já como verdadeiro: uma moral dentro de mim que o meu ateísmo, porém, não conseguia explicar”.

Os primeiros "sinais" de conversão vieram no dia de Domingo de Ramos, quando a blogueira participa de um debate com os alunos de Yale para explicar de onde deriva a lei moral. Durante a explicação, foi interrompida por um jovem que “buscava fazer-me pensar – como ela mesma lembra – pedindo-me para não repetir a explicação dos outros, mas para dizer o que eu pensava sobre isso”.

"Não sei, não tenho uma idéia" é a resposta da Leah diante de uma pergunta simples, mas inquietante. "A sua melhor hipótese?", continuou o jovem, "não tenho uma", ela responde.

"Terá talvez alguma idéia”, continua ele; “não o sei... mas acho que a moral tenha se apaixonado por mim ou algo parecido” tenta falar a filósofa, mas o rapaz neste momento diz-lhe o que pensava.

Refletindo, a mulher diz: "Percebi que, como ele, eu acreditava que a moral fosse objetiva, um dado independente da vontade humana”. Leah descobre portanto que também ela crê “numa ordem, que implica alguém que o tenha pensado” e “na existência da Verdade, na origem divina da moral”.

"Intuí – explica ainda – que a lei moral como a verdade pudesse ser uma pessoa. E a religião católica me oferecia a estrada mais razoável e simples para ver se a minha intuição era verdadeira, porque diz que a Verdade é vivente, que se fez homem.”

Pedindo depois àquele jovem o que lhe sugeria fazer, a filósofa atéia convicta, começa a rezar com ele a Completa no Livro dos salmos e continua “a fazê-lo sempre, também sozinha”.

Anos e anos de teorias, provas, convicções, desmoronados diante da única Verdade: Deus. Publicada no portal, a história de Leah provocou reações diversas e milhões de comentários. Basta pensar no fato de que tenha sido postada no Facebook 18 mil vezes e que a sua página web tenha recebido, segundo o diretor do blog, Dan Welch, cerca de 150 mil acessos.

Muitos comentários são acusadores, pessoas atéias que se sentem “traídas” por aquela que era para eles uma líder. Muitos outros, ao contrário, são de católicos que, como muitos não-crentes, seguiam o blog. Alguns expressam as suas felicitações e dizem: "Estou tão feliz por você. Rezei tanto. A aventura está apenas começando."

Entrevistada pela CNN, a Libresco no entanto, confessou de ter ainda muito a entender e estudar sobre aquilo que sustenta a Igreja sobre questões de moral, como por exemplo a questão da homossexualidade que a deixa ainda “confusa”. “Mas não é um problema” afirmou, em quanto que tudo do que ela se convenceu “é razoável”.

Depois da conversão, a mulher procurou também uma comunidade católica, “escandalizando os amigos” mais incrédulos. “Se me perguntam como estou hoje respondo que estou feliz – diz a blogueira – o melhor período que você pode viver é quando você se dá conta de que quase tudo o que você pensava que era verdadeiro, na verdade era falso”.

Ainda à CNN, a blogueira contou que se sentia “renascida uma segunda vez”: “É ótimo participar da Missa e saber que ali está Deus feito carne – declarou – um fato que explica tantas outras coisas inexplicáveis".

Neste ponto, a questão que mais causa curiosidade é o que fará Leah do seu popular blog ateu? Uma pergunta que tem assombrado a mesma autora todos os dias depois daquela fatídica tarde em Yale.

"Parar de escrever? - Diz na sua postagem - continuar em um estilo cripto-católico esperando que ninguém perceba (como fiz no último período)?” Após um exame demorado, a solução foi outra: "A partir de amanhã, o blog será chamado "Patheos Catholic channel "e será usado para discutir com os ateus convictos, como fazia antes com os católicos.

O motivo? "Se a pessoa é honesta - explica - não tem medo de entrar em diálogo. Eu recebi uma resposta sobre o que buscava porque aceitei colocar-me em diálogo. O interessante de muitos ateus é que fazem críticas e pedem provas. Uma coisa utilíssima à Igreja, que não deve ter medo porque está do lado dos fatos e da razão”.

Incentivo, finalmente, conclui a postagem, quase uma despedida da Libresco aos seus muitos leitores ateus: "Quaisquer que sejam suas crenças religiosas parar e pensar naquilo que você crê é uma boa ideia e se assim compreende que há algo que te obriga a mudar de ideia, não tenha medo e lembre-se que a tua decisão pode somente melhorar a tua visão das coisas”.

[Tradução do Italiano por Thácio Siqueira]

terça-feira, 24 de julho de 2012

Eventos: Portas de entrada ou fins em si mesmos?


Nossas lideranças têm investido um tempo precioso para organizar eventos, mas as pessoas que frequentam nossos encontros são estimuladas a participar de nossos Grupos? Elas passam a ter uma vivência eclesial? Tornam-se compromissadas com o anúncio, ou estão vivendo de encontro em encontro em buscas dos “aspectos gloriosos” da caminhada?
Eu gostaria de convidá-lo (la) a lembrar-se do último encontro que você ajudou a organizar ou esteve presente.  As pregações estavam ungidas? A música foi boa? As pessoas foram "tocadas"?  Provavelmente você dirá que “sim”. É característica nossa. Por mais simples que sejam, nossos encontros costumam ser muito bons. Neles testemunhamos o operar do Espírito Santo. E isso não pode mudar nunca, porque faz parte do nosso jeito de ser.
Mas continuemos nossa reflexão. Quem eram as pessoas que estavam naquele encontro de carnaval, cenáculo, retiro de primeiro anúncio ou naquele show que promovemos? Quem eram aqueles que escutaram nossas lindas músicas? Alguns deles nós até vimos chorar. Quem eram? E outra questão mais importante: onde esses irmãos estão agora?
Na semana seguinte ao evento, eles foram para algum dos nossos Grupos de Oração? Começaram a trilhar uma caminhada no seio da Igreja Católica? Se não foram, você saberia dizer qual a razão? Ou melhor, quais as razões? Claro, não podemos controlar a vida das pessoas, nem queremos isso. Não teríamos essa pretensão, mas, lamentavelmente, é preciso admitir algo: muitos que lá estavam não foram a um dos nossos Grupos simplesmente porque não foram convidados. É triste constatar isso!
Eis uma história verídica: um jovem, que vivia o drama da dependência química, teve um encontro pessoal com Jesus Cristo em um tradicional evento de carnaval da RCC e foi liberto desse drama, mas, por incrível que pareça, ele saiu do encontro sem saber quem o havia promovido. Sabe por quê? Porque ninguém, em nenhum momento, falou que ali estava a Renovação Carismática Católica e que se as pessoas quisessem continuar a beber daquela espiritualidade bastaria irem ao um de nossos Grupos. Um ano depois, somente, é que outra pessoa o convidou a participar de um Grupo. E ele foi!  Nunca mais abandonou. Precisava ter demorado tanto tempo? Claro que não! O certo seria ele ter saído do encontro com essa valiosa informação.
Temos perdido a oportunidade de pastorear as pessoas, de cuidar delas, porque geralmente quando o assunto é “evento”, temos nos ocupado muito como o “antes”, com o “durante”, mas temos esquecido o “depois”.   
Precisamos refletir seriamente sobre isso. Os nossos eventos não devem ter um fim em si mesmos. O que isso significa? Que eles têm que estar conectados com o todo do trabalho evangelizador que somos chamados a desenvolver. Não podem acontecer de forma isolada.   Devem estar inseridos em nossas atividades, de forma a complementá-las, fortalecê-las.
Façamos um raciocínio: Qual é a base da nossa estrutura como Movimento? O Grupo de Oração! Onde somos chamados a servir o Senhor, onde vivemos nossa espiritualidade no dia a dia? No Grupo! Este ano, de forma insistente, temos sido lembrados desse caráter evangelizador dos Grupos de Oração da RCC. Eles são ambientes de missão por excelência.
Como, então, podemos fazer encontros sem contemplá-los? Ao preparar um evento (qualquer um) temos que pensar em estratégias para a manutenção do nosso trabalho de evangelização. É o pastoreio! Afinal, ao lançarmos as sementes, várias possibilidades conspiram contra o nosso trabalho.
Foi Jesus quem nos alertou a esse respeito. Em Mateus 13, ao falar sobre o semeador, Ele mostra que de quatro tentativas, apenas uma resultou em frutos verdadeiros.
Aquela pessoa que vimos chorando em um dos nossos eventos e depois nunca mais encontramos na Igreja pode ter dado alguns passos e ter tido sua semente roubada pelo passarinho (maligno) como o próprio Senhor explica no versículo 19. Ou ela pode ter escutado a linda música no show, apreciado com “alegria” (versículo 20), mas como não havia raízes, na primeira oportunidade, pode ter abandonado a caminhada.
Ou, quem sabe, anunciamos para alguém cujos cuidados com o mundo o impediram de abrir a porta do coração para Jesus de verdade. E ele saiu cantarolando a música que ouviu, mas sem disposição para as renúncias exigidas pelo Senhor.
Talvez alguns possam dizer: - “Isso não é minha responsabilidade, a Graça é um mistério”. Sim! Mas não podemos fugir da responsabilidade para com as pessoas a quem anunciamos a Palavra.  Nós podemos minimizar as perdas. Podemos dificultar a ação do “passarinho” que tenta roubar o que plantamos.
O Apóstolo Paulo é um grande exemplo para nós. Vejamos o zelo que ele tinha pelas comunidades às quais apresentou a fé cristã. Ele não anunciava e depois abandonava cada qual a própria sorte. Ele cuidava de seus filhos espirituais. Temos que ser como Paulo.
Não podemos, com toda honestidade, nos contentarmos com um único momento de anúncio. Devemos organizar nossos encontros como sendo “portas de entrada”.  Se não, como vamos implantar a Cultura de Pentecostes neste mundo? Vejamos o que Bento XVI nos falou por ocasião do 45º Dia Mundial das Comunicações Sociais sobre a Verdade que anunciamos:
 “... deve tornar-se alimento quotidiano e não atração de um momento. A verdade do Evangelho não é algo que possa ser objeto de consumo ou fruição superficial, mas dom que requer uma resposta livre”. O Papa escreveu isso ao referir-se à evangelização na internet, mas essa exortação cabe bem nesse contexto que ora abordamos.
Reinaldo Beserra do Reis nos presenteia, nesta edição, com uma reflexão sobre o compromisso com o Evangelho. Na página 10, ele questiona o comportamento daqueles que se contentam em ser apenas discípulos, sem assumir o compromisso com a Missão. Nós estamos incentivando as pessoas a serem assim ou estamos cuidando para que elas se tornem cristãs convictas e atuantes?
Estamos tratando de um assunto sério. Jesus nos deixou um parâmetro para avaliarmos se nossa evangelização deu resultados ou não: a própria pessoa que recebeu a mensagem do Reino passa a ser uma semeadora (cf. Mt 13,23).
Claro, não cabe a nós estipular o ritmo de crescimento espiritual de alguém, mas podemos nos empenhar para que aquelas pessoas que participam dos encontros que organizamos com tanta dedicação tenham a chance de receber alimentação continuamente. Isso nós podemos fazer! Basta mudarmos um pouquinho o nosso jeito de organizar, de nos comunicarmos.
É preciso termos coragem de autoavaliarmos. É necessário que partilhemos com os servos esse tipo de reflexão. Formar membros do Movimento com senso crítico. Sem deslumbramentos. Pessoas que não se deixem seduzir por uma tal “cultura da fama”, de culto às celebridades. Esforçarmo-nos para que as massas para as quais anunciamos sejam transformadas em verdadeiro povo de Deus. Sobre isso falaremos na próxima edição da Revista Renovação.
Que o Espírito Santo, protagonista da Missão, nos ensine a semear para que nosso trabalho dê muitos frutos: “cem por um, sessenta por um, trinta por um” (cf. Mt 13,24).
Sugestões: 
-Falar com frequência da Igreja, da beleza do catolicismo, incentivando os participantes a buscarem os Sacramentos a partir daquele encontro;
-Incluir pregações que falem da RCC.  Contar aos participantes a história deste Movimento, suscitado pelo Espírito Santo. É importante que aqueles que se achegam a nós conheçam a RCC, que tem sido uma estratégia de Deus para a transformação de tantas vidas;
-Contemplar momentos e pregações que falem sobre os Grupos de Oração, incentivando, por meio de testemunhos, as pessoas a conhecê-los;
- Anunciar no palco, várias vezes, que se trata de um evento da RCC. Nas faixas e painéis que identificam o nome do Evento, escrever por extenso: Renovação Carismática Católica;
-Produzir materiais que divulguem nomes e locais de funcionamento dos Grupos da região onde o Evento acontece. Podem ser simples, impressos, xerocados, escritos à mão. Enfim, os meios que estiverem ao alcance e possibilidades financeiras dos organizadores;
-Preparar servos que farão trabalho de abordagem, conversarão, rezarão com as pessoas que estão recebendo o anúncio.  Pessoas que farão um contato direto, convidando os participantes a participarem de um Grupo de Oração. Essa estratégia é fundamental principalmente nos shows de evangelização.
 Lúcia V. Zolin – coordenadora nacional da comissão e Ministério de Comunicação
Grupo de Oração Divina Misericórdia

Praticar o carisma da profecia na Renovação Carismática


A profecia é uma mensagem de Deus, uma manifestação do Espírito para o bem geral, pois os que profetizam edificam, exortam e confortam a comunidade (1 Cor 12,7; 14,3). Pode ser expressada através de uma frase, visualização ou texto da Bíblia.
Nos grupos de oração da Renovação Carismática Católica, há muitas intervenções que são inspiradas pelo Espírito Santo: algumas vezes, algumas pessoas se sentem movidas pelo Espírito a partilhar uma experiência, a dizer uma oração ou a ler um texto claramente guiado por Deus; outras vezes, uma idéia, uma visualização ou uma moção recebida é comunicada aos outros. Quando falamos de “profecia”, estamos nos referindo à comunicações do Senhor. Estas podem ser expressadas de forma simples e direta, como, por exemplo: “ Eu estou com vocês, não temam”... através de uma mensagem em línguas e sua interpretação, através de uma canção profética ou de uma visualização recebida.
Quando uma profecia é recebida, há dois aspectos envolvidos: um é aquele de sentir-se movido por Deus a falar e o outro é uma iluminação da mente para expressar a mensagem. Estes aspectos podem ser consecutivos ou simultâneos. Sentir-se movido por Deus a falar pode manifestar-se em sinais físicos, como o aumento dos batimentos cardíacos, um peso que persiste, ou um impulso sereno em dizer alguma coisa. Em qualquer caso, devemos sempre considerar de que nenhum impulso divino é incontrolável ou deixa a pessoa perturbada: o espírito profético deve estar sob o controle do “profeta” (1 Cor 14,32). Por sua vez, a iluminação da mente acontece através de idéias, palavras, frases que surgem na mente, visualizações ou inspirações repentinas.  Algumas vezes a pessoa recebe uma mensagem completa, mas é bastante comum que a pessoa receba a mensagem como ele/ela a expressam. O conteúdo da profecia é uma mensagem de Deus para aquele momento e seu propósito é edificar a comunidade, confortar, dando-lhe paz e alegria, encorajar, fortalecer, corrigir ou exortar.
Embora a profecia seja uma mensagem de Deus, esta é dada através de uma pessoa que fala quando movida pelo Espírito. Pela mesma razão, faz-se necessário discernimento para saber se é genuína. Quanto mais uma pessoa estiver entregue a Deus, mais pura e transparente será a mensagem.  Este é o motivo pelo qual a profecia deve ser discernida pela comunidade: “Quanto aos profetas, falem dois ou três e os outros julguem” (1 Cor 14,29).
Os critérios para discernir podem ser agrupados considerando que a mensagem de Deus deve “ter a fragrância de Cristo...o perfume da vida conduzindo à vida”.
(2 Cor 2,14-16 ).  Allan Panozza considera cinco critérios para discernir uma profecia genuína:  dar bons frutos; estar de acordo com as Escrituras; encorajar, edificar, exortar, trazer paz e não medo; dar glórias a Deus, e o profeta estar sob a unção de Deus.
Através do processo de discernimento, a profecia verdadeira, a falsa profecia, e a pseudo profecia podem ser distinguidas. A verdadeira tem os atributos expressos acima. A falsa profecia não aparece com freqüência e geralmente contradiz, em algumas de suas partes, o que a Palavra de Deus ou o ensinamento da Igreja expressam; é expressa em palavras agressivas ou condenatórias; seus efeitos são negativos e seus frutos são a inquietude, a angústia ou a ansiedade. Há situações que favorecem a falsa profecia: pessoas que tem tido contato com o oculto, divisões no grupo, situações de pecado ou o desejo por carismas extraordinários. A pseudo profecia corresponde a uma mensagem que vem da pessoa, seja através de seus pensamentos, sentimentos ou emoções; sem prejudicar, ela não tem o poder e a unção que vem de Deus. Por último, há também mensagem dadas como profecias nas quais o que vem de Deus se mistura com o que vem da pessoa. Isto geralmente acontece quando uma pessoa começa a profetizar. Neste caso, a pessoa responsável pelo grupo ou comunidade deve ajudar para que este dom seja purificado no irmão ou irmã que a manifestam.
A profecia é um dom muito apreciado por São Paulo: “Empenhai-vos em procurar a caridade. Aspirai igualmente aos dons espirituais, mas sobretudo ao da profecia” (1 Cor 14,1).
Não desprezá-la, é uma insistência que ele faz em suas cartas ( Tes 5, 19-21) a fim de que a apreciemos e a promovamos em nossos grupos de oração, dando ensinos apropriados sobre o assunto, apoiando, orientando e ajudando os irmãos e irmãs que mostram ter este dom para que cresçam,  encorajando e ensinando o grupo a acolher e expressar a profecia que geralmente aparece em momentos de recolhimento, adoração, longos silencias e após cantar em línguas.
Finalmente, devemos considerar que deve haver algum tipo de autoridade a qual a profecia se submete; no grupo de oração, são os líderes que a discernem; em outros eventos como retiros ou reuniões, o discernimento é feito por uma equipe.
Resumindo, como a profecia é uma mensagem inspirada pelo Espírito, é um dom altamente estimado na Renovação Carismática e nos grupos de oração e deveria ser convenientemente encorajado. Quando um grupo reza e invoca o Espírito, Ele age edificando, exortando ou confortando a comunidade através de palavras proféticas na boca de pessoas simples que se abrem à Sua ação. Entretanto, o discernimento é essencial para distinguir a profecia verdadeira de outras mensagens que não vem de Deus.

Fonte: http://www.rccbrasil.org.br

Como a arte nos ajuda na relação com Deus


Em sua série de catequeses sobre a oração, o papa Bento XVI dá continuidade aos seus ensinamentos falando sobre a relação da arte e a elevação à Deus.


Queridos irmãos e irmãs:
Neste período, recordei muitas vezes a necessidade que todo cristão tem de encontrar tempo para Deus, através da oração, em meio às muitas ocupações da nossa jornada. O próprio Senhor nos oferece muitas oportunidades para que nos lembremos d'Ele. Hoje eu gostaria de falar brevemente de um desses meios que podem nos conduzir a Deus e ser também uma ajuda para encontrar-nos com Ele: é o caminho das expressões artísticas, parte dessa via pulchritudinis – “via da beleza” – da qual falei tantas vezes e que o homem deveria recuperar em seu significado mais profundo.
Talvez já tenha lhes acontecido que, diante de uma escultura, um quadro, alguns versos de poesia ou uma peça musical, tenham sentido uma íntima emoção, uma sensação de alegria; percebem claramente que, diante de vocês, não existe somente matéria, um pedaço de mármore ou de bronze, uma tela pintada, um conjunto de letras ou um cúmulo de sons, e sim algo maior, algo que nos “fala”, capaz de tocar o coração, de comunicar uma mensagem, de elevar a alma. Uma obra de arte é fruto da capacidade criativa do ser humano, que se interroga diante da realidade visível, que tenta descobrir o sentido profundo e comunicá-lo através da linguagem das formas, das cores, dos sons. A arte é capaz de expressar e tornar visível a necessidade do homem de ir além do que se vê, manifesta a sede e a busca do infinito. Inclusive é como uma porta aberta ao infinito, a uma beleza e uma verdade que vão além do cotidiano. E uma obra de arte pode abrir os olhos da mente e do coração, conduzindo-nos ao alto.
Há expressões artísticas que são verdadeiros caminhos rumo a Deus, a Beleza suprema, que inclusive são uma ajuda para crescer na relação com Ele, na oração. Trata-se das obras que nascem da fé e que a expressam. Um exemplo disso é quando visitamos uma catedral gótica: sentimo-nos cativados pelas linhas verticais que se elevam até o céu e que atraem nosso olhar e nosso espírito, enquanto, ao mesmo tempo, nos sentimos pequenos ou também desejosos de plenitude... Ou quando entramos em uma igreja românica: sentimo-nos convidados de forma espontânea ao recolhimento e à oração. Percebemos que nesses esplêndidos edifícios se recolhe a fé de gerações. Ou também quando escutamos uma peça de música sacra que faz vibrar as cordas do nosso coração, nossa alma se dilata e se sente impelida a dirigir-se a Deus. Vem-me à memória um concerto de música de Johann Sebastian Bach, em Munique, dirigido por Leonard Bernstein. No final da última peça, uma das Cantatas, senti, não racionalizando, mas no profundo do coração, que o que eu havia escutado havia me transmitido verdade, verdade do sumo compositor que me conduzia a dar graças a Deus. Ao meu lado estava o bispo luterano de Munique e espontaneamente lhe comentei: “Ouvindo isso se entende: é verdadeira, é verdadeira a fé tão forte e a beleza que expressa irresistivelmente a presença da verdade de Deus”.
Quantas vezes quadros ou afrescos, frutos da fé do artista, com suas formas, com suas cores, com suas luzes, nos conduzem a dirigir o pensamento a Deus e fazem crescer em nós o desejo de acudir à fonte de toda beleza! É profundamente certo o que escreveu um grande artista, Marc Chagall: que os pintores mergulharam seus pincéis, durante séculos, no alfabeto de cores que é a Bíblia. Quantas vezes as expressões artísticas podem ser oportunidades para lembrarmos de Deus, para ajudar nossa oração ou para converter o nosso coração! Paul Claudel, famoso poeta, dramaturgo e diplomata francês, ao escutar o canto do Magnificat durante a Missa de Natal na basílica de Notre Dame, em Paris, em 1886, advertiu a presença de Deus. Não havia entrado na igreja por motivos de fé, mas para encontrar argumentos contra os cristãos. No entanto, a graça de Deus agiu no seu coração.
Queridos amigos, eu lhes convido a redescobrir a importância deste caminho também para a oração, para a nossa relação viva com Deus. As cidades e os países do mundo inteiro contêm tesouros de arte que expressam a fé e nos recordam a relação com Deus. Que a visita a lugares de arte não seja somente ocasião de enriquecimento cultural, mas que possa se tornar um momento de graça, de estímulo para reforçar nosso vínculo e nosso diálogo com o Senhor, para deter-nos a contemplar – na transição da simples realidade exterior à realidade mais profunda que expressa – o raio de beleza que nos atinge, que quase nos “fere” e que nos convida a elevar-nos até Deus. Termino com uma oração de um salmo, o salmo 27: “Uma só coisa pedi ao Senhor, só isto desejo: poder morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida; poder gozar da suavidade do Senhor e contemplar seu santuário” (v.4). Esperemos que o Senhor nos ajude a contemplar sua beleza, seja na natureza ou nas obras de arte, para sermos tocados pela luz do seu rosto e, assim, podermos ser, também nós, uma luz para o nosso próximo.
Obrigado.
No final da audiência, Bento XVI saudou os peregrinos em vários idiomas. Em português, disse:
Amados peregrinos de língua portuguesa, uma cordial saudação de boas-vindas para todos. Procurem descobrir na arte religiosa um estímulo para reforçar a sua união e o seu diálogo com o Senhor, através da contemplação da beleza que nos convida a elevar o nosso íntimo para Deus. E que Ele os abençoe. Obrigado!

Fonte: http://www.rccbrasil.org.br